Na última terça-feira, o bebê Matheus Henrique, de Bonfinópolis em Goiás, recebeu alta do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) após 407 dias internado, tornando-se o paciente com maior permanência da história da unidade. Prematuro e com síndrome do intestino curto, o bebê passou por múltiplas cirurgias e tratamentos complexos, voltando para casa nos braços da mãe, Ariane Gomes da Silva.

Desde a internação, Ariane viveu momentos de tensão entre enfermaria e UTI, enfrentando infecções, complicações intestinais e tromboses. Entretanto, o apoio da equipe multiprofissional do Hecad foi decisivo. “A UTI daqui é muito humanizada. Os médicos, psicólogos e técnicos se tornaram uma família. Sempre sonhei com este dia”, declarou emocionada.

Complexidade do caso bebê e sucesso médico

A gastropediatra responsável, Marise Tófoli, destacou a complexidade do caso. “O Matheus enfrentou desafios clínicos graves, que em muitos serviços seriam considerados incompatíveis com a vida. Ele superou enterocolite severa, perdas de acessos venosos e complicações sistêmicas, com nutrição parenteral contínua.” A alta simboliza um sucesso notável em reabilitação intestinal pediátrica no Sistema Único de Saúde (SUS).

Além do cuidado médico, o hospital precisou acolher a mãe durante todo o período, garantindo conforto, dignidade e suporte psicológico. O diretor-geral do Hecad, Ronny Rezende, enfatizou que “mesmo sendo uma unidade pública, buscamos um ambiente saudável e humanizado para famílias”. A alta de Matheus acontece pouco após o hospital receber a Acreditação Plena, Nível 2, da Organização Nacional de Acreditação (ONA), reforçando sua referência em pediatria de média e alta complexidade.

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