Justiça condena acusado por latrocínio que matou soldado da Base Aérea em Anápolis
Gabriel dos Santos Venceslêncio pegou 33 anos e 4 meses por latrocínio; outro réu foi absolvido por falta de provas
A Justiça condenou Gabriel dos Santos Venceslêncio pelo latrocínio que resultou na morte do soldado da Base Aérea de Anápolis, Davi Rodrigues Pereira, de 23 anos. O crime aconteceu dentro da padaria da família da vítima, no distrito de Souzânia, e causou grande comoção entre moradores da região. A sentença foi proferida pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis, que considerou as provas apresentadas suficientes para confirmar o envolvimento direto do réu no latrocínio.
Durante o latrocínio, Gabriel entrou na panificadora, anunciou o assalto e rapidamente iniciou a agressão. Ele estava armado com uma faca e atacou Davi após a vítima reagir. O pai do soldado, dono do estabelecimento, também tentou impedir o crime, mas acabou esfaqueado pelo assaltante e precisou ser levado ao hospital em estado grave. As investigações apontaram que toda a ação foi extremamente rápida e violenta.
A Justiça condenou Gabriel a 33 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de latrocínio consumado e tentativa de latrocínio contra o pai da vítima. Além da pena de prisão, ele também foi condenado ao pagamento de R$ 50 mil como indenização mínima por danos morais. De acordo com a sentença, o impacto emocional causado pelo crime, somado à perda de um filho e aos ferimentos graves do pai, justificam a reparação financeira.
Outro réu denunciado pelo Ministério Público, Pedro Henrique Pereira dos Santos, também chegou a ser investigado por envolvimento no crime, mas foi absolvido. O juiz responsável pelo caso afirmou que não havia provas suficientes para comprovar que Pedro participou do crime ou que tinha o dolo necessário para ser condenado. Diante disso, prevaleceu o princípio jurídico do in dubio pro reo, que determina que, na dúvida, deve-se absolver o acusado.
O latrocínio é caracterizado quando há roubo seguido de morte, ainda que a intenção inicial não fosse matar. No caso, a Justiça entendeu que a morte de Davi foi consequência direta da prática criminosa, o que enquadra o fato como latrocínio, uma das modalidades mais graves do Código Penal brasileiro.
Entenda o caso do latrocínio
O latrocínio aconteceu na noite do dia 2, quando dois homens chegaram à padaria da família em um carro e anunciaram o assalto que daria origem ao crime. Um deles desceu do carro armado com uma faca e entrou no estabelecimento, enquanto o comparsa ficou no veículo para dar apoio à ação criminosa.
Ao perceberem que seriam vítimas, Davi e o pai tentaram reagir e houve luta corporal. Durante a confusão, os dois foram atingidos por golpes de faca. A dupla fugiu rapidamente pela estrada vicinal que liga Souzânia a Ouro Verde, abandonando o carro usado momentos depois.
A investigação apontou que o latrocínio ocorreu de forma rápida e violenta, sem chance real de defesa por parte da vítima. Davi trabalhava com o pai, como de costume, quando os suspeitos chegaram ao local e anunciaram o assalto que evoluiu para o latrocínio. Segundo relatos, o jovem tentou proteger o pai, e ambos reagiram instintivamente, desencadeando a luta corporal que terminou em golpes de faca.
Moradores, que acompanharam a fuga à distância, localizaram o veículo com manchas de sangue, reforçando o rastro deixado pelo latrocínio. A Companhia de Policiamento Especializado (CPE) foi acionada e realizou buscas intensas na região rural até localizar e prender os suspeitos envolvidos.
As vítimas foram socorridas e levadas ao Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana). Davi, no entanto, não resistiu aos ferimentos provocados pelo crime O pai continua internado e segue em recuperação.
O caso gerou grande comoção em Souzânia e em Anápolis devido à trajetória de Davi, reconhecido pela dedicação à Base Aérea e pela forte ligação com a população.
A reportagem não localizou a defesa dos réus.