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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
NEGOCIOS

Mercado de motos elétricas acelera e dobra vendas no Brasil

Setor de motos projeta ultrapassar 60 mil unidades comercializadas em 2025

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 1 de dezembro de 2025
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Com mais de 54 mil unidades de motos em circulação e expansão contínua de startups do setor. Foto: Divulgação

O mercado de motos elétricas no Brasil avança em ritmo acelerado e começa a deixar de ser apenas um nicho. Dados setoriais mostram que, no primeiro trimestre de 2025, foram licenciadas mais de três mil unidades, número que representa crescimento superior a cem por cento em comparação com o mesmo período do ano anterior. O salto ocorre em um ambiente de maior interesse por mobilidade urbana econômica e sustentável, além de novos investimentos das montadoras.

Embora o volume ainda seja pequeno diante do total de motocicletas comercializadas no país, o avanço indica mudança gradual do comportamento do consumidor. As scooters e motos elétricas ganham espaço especialmente nas capitais, onde o custo de deslocamento e o trânsito intenso impulsionam a busca por alternativas mais baratas e silenciosas.

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Brasil registra avanço acima de 380% nas vendas de motos elétricas entre 2022 e 2024. Foto: Divulgação

Panorama de 2024 e os primeiros sinais de virada

O ano de 2024 encerrou com aproximadamente seis mil e quinhentas motos elétricas emplacadas no país. Esse total correspondeu a menos de um por cento do mercado nacional de duas rodas, dominado por motocicletas a combustão. A maior parte dos modelos vendidos era importada e concentrada em poucas marcas, o que limitava a oferta aos consumidores.

Apesar da baixa participação, especialistas já apontavam naquele momento que o setor caminhava para uma virada. O crescimento consistente, mesmo em bases reduzidas, mostrava que o consumidor começava a considerar as elétricas como alternativa viável. A chegada de novos modelos, a ampliação do crédito e o ganho de escala na produção também criavam ambiente mais favorável.

A entrada das grandes fabricantes e a mudança no jogo de motos

Em 2025, o movimento de entrada de grandes marcas reforça a ideia de que o segmento passa por uma transformação significativa. Fabricantes tradicionais iniciam a produção de scooters elétricas no país, o que deve aumentar a competitividade e estimular a adoção das motos a bateria. A presença dessas empresas amplia a rede de assistência técnica, aumenta a confiança do consumidor e reduz a dependência de modelos importados.

Analistas do setor afirmam que a participação dessas montadoras pode ser determinante para que o segmento deixe de ser um nicho restrito. A expectativa é que a combinação entre novos lançamentos, preços mais acessíveis e maior disponibilidade em concessionárias contribua para ampliar o público das motos elétricas, incluindo usuários de frota, entregadores e consumidores urbanos.

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Setor aponta ritmo acelerado, com alta superior a 300% desde 2021 . Foto: Divulgação

Quem compra e quais são os principais obstáculos

O público atual das motos elétricas ainda é formado por consumidores que utilizam o veículo para deslocamentos curtos e rotinas urbanas. Entregadores e trabalhadores que buscam economia imediata aparecem entre os principais compradores. A redução de gastos com manutenção e recarga, somada ao menor impacto ambiental, são fatores decisivos para essa escolha.

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Apesar dos avanços, o preço inicial continua sendo o principal obstáculo. Mesmo com economia no longo prazo, o valor de compra permanece mais alto que o de modelos convencionais. Outro ponto crítico é a infraestrutura de recarga, que avança lentamente nas cidades brasileiras. Há ainda a necessidade de ampliar a oferta de modelos com maior autonomia e performance ajustada às condições urbanas do país.

Projeções para 2030 e os desafios da popularização

Estudos do setor projetam que o mercado de motos elétricas deve crescer a taxas de dois dígitos até 2030. A combinação entre expansão da mobilidade urbana, políticas de sustentabilidade e entrada de novos fabricantes cria cenário otimista para os próximos anos. A projeção indica que o segmento terá o crescimento mais rápido entre todos os tipos de propulsão no setor de duas rodas.

Para que esse potencial se concretize, o mercado depende de avanços estruturais. Preço acessível, rede de carregamento, assistência técnica e campanhas de educação são fatores essenciais. Especialistas destacam que o consumidor brasileiro está mais aberto a novas tecnologias, mas ainda precisa de mais informações e garantias para migrar do motor a combustão para o motor elétrico.

A popularização das motos elétricas, portanto, deve ocorrer de forma gradual, impulsionada pela combinação entre oferta, preço e infraestrutura. O setor entra em 2025 com expectativas positivas e um cenário de forte oportunidade para empresas, investidores e consumidores que acompanham a transformação da mobilidade urbana no país.

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