Quem busca partido pequeno para ser deputado vai se lascar
Os bastidores das eleições de 2026 estão fervendo para quem deseja ser deputado. Em meia hora na Assembleia Legislativa é possível ver oito listas de nomes que dão em nada – tanto as listas quanto os nomes. Diversos pretendentes juram fidelidade a um grupo, observa-se nas anotações de outra sigla e olha ele lá… Algo em comum: todos buscam partidos pequenos. Má notícia: sequer alcançarão o coeficiente. Numa conta grosseira relativa a 2022: 3.443.407 votos válidos divididos por 41 vagas, 84 mil votos para cada eleito. Ou seja, têm de arrumar chapa cheia (42 nomes, o que é dificílimo) com média de 2 mil votos cada (difícil também) para eleger um estadual (mais difícil ainda).
Presidentes dos nanicos garganteiam que os figurões tais e tais os procuram insistentemente. Mentira. Está dificílimo montar chapa. Com o fim das coligações proporcionais, a miudeza partidária é obrigada a se virar sozinha, 18 para federal, 42 para estadual. Querem pré-candidatos com possibilidade de arrumar 10 mil votos, só arrumam porcaria com menos de mil. Quanto pior o partido, sem dinheiro nem máquina, piores os deputáveis. Uns enganando os outros, os outros ludibriando os uns e os nanopartidos não têm a mínima condição de fazer deputado.
Partidos sérios e pré-candidatos idem se mobilizam de forma diferente, ou seja, buscando os iguais. Se seu porte é alto, deve buscar outros de igual patamar. Porcaria vai atrás de porcaria, gente que presta procura agremiação que presta. Os deputados com mandato, antes isolados pela turma que está louca por uma boquinha, voltaram a ser interessantes – pelo menos bala na agulha eles têm… e muita.