Políticos goianos não gastam o próprio dinheiro com a população
Fotos e vídeos divulgam que o político mandou para a cidade tantos milhões de reais. Sim, mas não do bolso dele. Aparecem ao lado de imensos “cheques” indicando a quantia e o nome do “benfeitor”, omitindo que o dinheiro é do próprio povo. Goiás perdeu a tradição de eleger quem gasta recursos próprios com o povo.
A família Batista, fundadora de Santa Terezinha e Goianésia, entrou com os terrenos em que os aglomerados urbanos foram erguidos. O Museu Pedro Ludovico funciona na casa do fundador de Goiânia. Os Hidasi, que tiveram mandatos de vereador em Goiânia e de deputados estaduais, doaram para o Jardim Zoológico e a PUC-GO a maior coleção de ornitologia do mundo, com mais de 100 mil espécies colhidas, empalhadas e catalogadas por sua conta. O criador e 1º reitor da UFG, Colemar Natal e Silva, que foi procurador-geral de Justiça e secretário de Segurança Pública, doou sua residência para ser a sede da Academia Goiana de Letras. A biblioteca de José Luiz Bittencourt, que foi vice-governador, foi doada para a Associação Goiana de Imprensa.
O campeão em generosidade foi Altamiro de Moura Pacheco, que perdeu para Pedro Ludovico a eleição de governador em 1950 (84.553 a 56.432 votos). Doou o sobrado em que morava, na esquina da Avenida Araguaia com a Rua 15, no Centro, para fazer o Centro Cultural; 2 mil alqueires, na saída para Terezópolis, do parque que agora leva seu nome; a área do Aeroporto Internacional Santa Genoveva e do Setor Santa Genoveva, batizados em homenagem a sua mãe.
Todos esses benfeitores são saudades. E entre os vivos? Esses são muito vivos.