Direita bate cabeça entre Flávio Bolsonaro, Centrão e a “Faria Lima”
No contexto de incertezas econômicas e políticas sobre a eleição geral que será realizada em primeiro turno no dia 4 de outubro de 2026, o que não faltam são especulações sobre quem será o candidato no campo da direita e centro. Do lado da esquerda, só uma hecatombe pode tirar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa pela reeleição. Até o momento, Lula passeia tranquilo pela larga Esplanada dos Ministérios no Rolls-Royce da Presidência da República. À sua frente, todos os semáforos sincronizados no verde das pesquisas eleitorais e se a direita, Centrão e a “Faria Lima” continuarem a bater cabeça, dificilmente haverá obstáculos para pará-lo.
Mas como “o seguro morreu de velho”, o presidente mantém um olho no semáforo e outro nos transeuntes. Experiente e conhecedor da alma dos operadores da política, principalmente do fisiológico Centrão, o presidente monitora cada passo dessas lideranças. Mesmo que haja um acordo com o bolsonarismo para votar uma anistia, esse projeto não tem como ser tão amplo que favoreça Jair Bolsonaro e o núcleo à sua volta. Seria barrado pelo STF por uma questão óbvia: o Supremo passaria recibo de que errou e de que foi um julgamento político.
Esse é o grande desafio que Flávio Bolsonaro tem pela frente. Lula e seu entorno sabem disso e vão ganhar tempo vendo o modo “barata voa” na direita e o bolsonarismo tentando se equilibrar. Pode ser que haja um acordão entre os partidos de centro e da direita, mas uma anistia ampla não tem como prosperar antes de 2027. As lideranças políticas sabem disso e percebem que não existem atalhos ou caminhos fáceis quando se busca o poder. Neste momento, as regras do bom senso político recomendam moderação e busca da confiança da população. Ninguém quer perder esse ativo na véspera da eleição.
Dividir para conquistar está de volta ao DF
A movimentação de Paula Belmonte (PSDB), José Roberto Arruda (PSD), Leandro Grass (PT) e Ricardo Cappelli (PSB) segue um roteiro conhecido na política do Distrito Federal: empurrar a disputa para o segundo turno, isolar a principal adversária, a vice-governadora Celina Leão (PP), e construir ali um palanque unificado contra ela. A estratégia lembra a de 2022, quando parte da oposição tentou repetir o mesmo desenho contra Ibaneis (MDB), mas o plano desmoronou diante do triunfo do governador já no primeiro turno. A lembrança desse tropeço ronda os articuladores, embora acreditem que, com Celina no alvo, o enredo pode ser diferente desta vez.
Daniel com Itapuranga
A comitiva formada pelo prefeito de Itapuranga, Paulinho Imila, o deputado estadual Wagner Neto e lideranças políticas do município foi recebida pelo vice-governador Daniel Vilela (MDB) nesta segunda-feira (8). Na pauta, alinhamento institucional entre Estado e prefeitura da cidade, com foco em soluções de infraestrutura urbana, logística e atração de novos investimentos.
Wilder em Anápolis
Alheio ao burburinho do serpentário político que dia sim outro também coloca em dúvida sua pré-candidatura a governador de Goiás, o senador Wilder Morais (PL) cumpre mais uma agenda de entregas de tratores, pás mecânicas e patrolas a várias prefeituras. O evento aconteceu novamente em Anápolis, município comandado pelo prefeito do PL, Márcio Corrêa.
Gestão sem marca
Em um ano de mandato, Sandro Mabel (União Brasil) ainda não conseguiu definir qual será a marca da sua gestão. Nion Albernaz (PSDB) consolidou Goiânia como capital das flores ao priorizar a zeladoria. Iris Rezende (MDB) virou sinônimo de tocador de obras, com viadutos e asfalto. Paulo Garcia (PT) carimbou sua passagem pelo Paço com foco na área social. Já Mabel oscila entre anúncios de ajustes fiscais, promessas de grandes intervenções e respostas pontuais a crises, como os alagamentos.
Freio de arrumação no STF – Para os céticos, o ministro presidente do STF, Edson Fachin, seria “engolido” pelo corporativismo da Corte e não mudaria nada. Ele apresentou uma proposta para a elaboração de um novo código de conduta na Corte. A turma não gostou e prometeu resistir às mudanças. A conferir.