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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
810 mil casos

Sífilis cresce entre gestantes e amplia risco para recém-nascidos

Dados nacionais mostram avanço da transmissão vertical e desafios na prevenção

Luana Avelarpor Luana Avelar em 17 de dezembro de 2025
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Foto: FreePik

O crescimento da sífilis no Brasil segue em ritmo acelerado e tem gerado preocupação entre autoridades de saúde. Dados do Ministério da Saúde indicam que, entre 2005 e junho de 2025, mais de 810 mil casos de sífilis foram registrados em gestantes no país. Em 2024, a taxa nacional de detecção chegou a 35,4 casos por mil nascidos vivos, evidenciando o avanço da transmissão vertical, quando a infecção é passada da mãe para o bebê.

A distribuição regional dos casos reforça desigualdades históricas: quase metade dos diagnósticos ocorreu no Sudeste, seguido por Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. O cenário mostra que a sífilis permanece como um desafio estrutural do sistema de saúde, mesmo sendo uma infecção de diagnóstico relativamente simples e tratamento de baixo custo.

Sífilis e falhas no diagnóstico durante a gestação

Um dos principais entraves no controle da sífilis está na interpretação inadequada dos exames realizados no pré-natal. Resultados sorológicos positivos nem sempre são valorizados corretamente, o que leva à ausência de tratamento em casos ativos. Como grande parte das gestantes apresenta a forma latente da sífilis, sem sintomas aparentes, o risco de evolução para sífilis congênita aumenta significativamente.

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Foto: FreePik

Parceiros não tratados

Outro fator crítico da sífilis é o tratamento incompleto das parcerias sexuais. Quando o parceiro não é tratado, ocorre a reinfecção da gestante, mantendo a bactéria em circulação e ampliando o risco para o feto. A falha no cuidado integral reforça a necessidade de estratégias que considerem o contexto relacional como parte da prevenção da sífilis.

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Casos de sífilis adquirida e em gestantes reduziu de 2023 a 2024, mas casos de sífilis congênita apresentaram leve crescimento. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde DF

Jovens e idosos concentram novos casos da doença

A expansão da sífilis também atinge outros grupos etários. Jovens entre 15 e 25 anos e pessoas idosas concentram parte expressiva dos novos casos. A redução do uso de métodos de barreira, a falsa sensação de segurança e a ausência de sintomas contribuem para a disseminação silenciosa da infecção.

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Foto: Divulgação

Sífilis congênita expõe limites da atenção pré-natal

A ocorrência de sífilis congênita é considerada um indicador direto da qualidade do pré-natal. Sem diagnóstico e tratamento adequados, a infecção pode causar abortos, parto prematuro, malformações e óbitos neonatais. O enfrentamento da sífilis exige vigilância constante, aplicação rigorosa de protocolos e ampliação do acesso à testagem e ao tratamento oportuno.

LEIA MAIS: https://ohoje.com/2025/11/30/aids-brasil-desafios-combate/

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