Putin nega ataque à Europa e chama alertas ocidentais de “histeria”
A declaração vem após países da UE assinarem um documento defendendo o reforço da segurança do continente
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou nesta quarta-feira (17) que tenha planos de atacar a Europa e classificou como “histeria” o alerta feito por líderes ocidentais sobre uma suposta ameaça russa ao continente. O discurso foi feito durante um evento do Ministério da Defesa, em meio à intensificação do debate sobre segurança na União Europeia.
No pronunciamento, Putin afirmou que declarações sobre uma possível ofensiva russa fazem parte de uma campanha de desinformação. “No Ocidente falam em se preparar para uma grande guerra, e o nível de histeria está aumentando. As declarações sobre uma ameaça russa são mentiras. Buscamos cooperação mútua com os Estados Unidos e os Estados europeus”, disse.

O ministro da Defesa, Andrei Belousov, também adotou um tom crítico em relação aos países europeus. Ao comentar o avanço das tropas russas em território ucraniano, afirmou que a Europa estaria prolongando o conflito e declarou que, por isso, a “ação militar deve continuar até 2026”.
Putin fala sobre acordo de paz
Putin voltou a tratar das negociações de paz com a Ucrânia, mas evitou comentar diretamente as novas propostas apresentadas pelos Estados Unidos. Ele reiterou, no entanto, que não abrirá mão dos objetivos que deram início à guerra, chamada pelo Kremlin de “operação militar especial” desde a invasão da Ucrânia em 2022.
“Todos esperavam destruir a Rússia em pouco tempo, que a despedaçassem. Os porquinhos europeus imediatamente se uniram aos esforços da administração anterior dos EUA buscando lucrar com o colapso do nosso país”, afirmou. Segundo ele, essas tentativas fracassaram e “os objetivos da operação militar especial serão alcançados”.

Belousov também rebateu acusações contra Moscou e declarou acreditar que a Otan é quem estaria se preparando para um confronto. “O aumento do orçamento militar da Otan mostra que ela está se preparando para um conflito com a Rússia”, disse.
As declarações do governo russo ocorrem um dia após países da União Europeia que fazem fronteira com a Rússia assinarem um documento conjunto defendendo a priorização “imediata e urgente” do reforço da segurança e das capacidades defensivas do flanco leste do bloco frente à ameaça representada por Moscou.