Flávio Bolsonaro diz que Wilder é quem decide sobre aliança PL-MDB
A rápida visita do pré-candidato a presidente da República e porta-voz do bolsonarismo, senador Flávio Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (18), ao governador de Goiás e presidenciável, Ronaldo Caiado (União Brasil), gerou muita especulação sobre uma possível aliança entre o PL e o MDB. Oficialmente Flávio veio para buscar apoio de Caiado para sua campanha a presidente da República, mas o assunto que dominou a conversa foi uma possível aliança entre o PL e o MDB. Segundo a coluna apurou, o maior interessado nesse acordo é o deputado federal e pré-candidato ao Senado, Gustavo Gayer.
No entanto, o presidente do PL em Goiás, senador Wilder Morais, é contra essa aliança por acreditar que ela ‘mata’ o partido. Ele argumenta que seria muito difícil explicar ao eleitorado bolsonarista e conservador por que o PL, tendo um candidato a presidente da República competitivo como Flávio Bolsonaro, apoia Ronaldo Caiado, que é do União Brasil? Esse questionamento praticamente soterra uma aliança para apoiar Daniel Vilela (MDB) para favorecer a candidatura ao Senado de Gayer. Flávio deixou entendido que essa decisão de aliança é de Wilder Morais, portanto, dificilmente deve ser concretizada, afinal, ele é pré-candidato a governador.
Outro assunto abordado na visita de Flávio ao governador Caiado foi a confirmação de que ele vai prosseguir com sua pré-candidatura a presidente da República. E brincou: “No segundo turno a gente se encontra”. Mas o que chamou a atenção foi o pedido de Caiado para que Flávio não faça campanha eleitoral em Goiás. Na avaliação de uma testemunha da conversa, esse pedido será muito difícil para Flávio atender, afinal, Goiás é, proporcionalmente, o Estado mais bolsonarista do País.
É fato que a entrada de Flávio na corrida presidencial reacende a polarização do lulopetismo contra o bolsonarismo. Isto seria ruim para Caiado, que ficaria à margem do eleitorado goiano com o risco de perder para os concorrentes em sua própria terra, onde tem, em média, 80% de aprovação. Sem contar que, se sua votação for menor que a de Lula e Flávio, pode refletir em seu candidato, Daniel Vilela, no segundo turno, seja contra Marconi Perillo (PSDB) ou Wilder Morais (PL).
“Sou contra a aliança com o MDB”
A visita de cortesia do senador e pré-candidato a presidente da República, Flávio Bolsonaro (PL), ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil) pode ser uma pá de cal neste ti ti ti sobre MDB e PL unidos. “Eu sou contra essa aliança porque ela prejudica o partido e favorece só a candidatura ao Senado. E a nominata de deputados federais e estaduais, como ficaria?”, questiona o senador Wilder Morais (PL).
Tarcísio na área
Aliados de Tarcísio de Freitas defendem que ele permaneça no páreo presidencial, apesar da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro. A leitura é que o senador enfrenta rejeição elevada e dificuldade para consolidar apoio no Centrão. O tempo favorece Tarcísio: ele pode decidir seu destino até abril, enquanto setores do mercado, da mídia e até do Judiciário tendem a concentrar os ataques sobre Flávio.
Chega pra lá
O deputado José Nelto (União Brasil) não quer saber de Ana Paula Rezende como candidata a senadora em 2026 nem se ela fizer campanha pintada de ouro. Nelto ainda guarda mágoas do pai da pré-candidata, que no passado o tratava como figura secundária dentro do MDB.
Tarzan de Castro
O ex-deputado lança neste sábado (20) um documentário que percorre sua trajetória política, da repressão da ditadura à redemocratização. Líder secundarista em Goiânia nos anos 1960 e ex-guerrilheiro, foi preso diversas vezes antes de se exilar na Europa. Com a anistia de 1979, retorna ao País e é eleito deputado estadual pelo PMDB. Em 1986, acompanha Mauro Borges na cisão e se filia ao PDC.
Abraço de afogado
O provável naufrágio do acordo Mercosul-União Europeia representa uma derrota diplomática para o presidente Lula (PT). Alçado à condição de prioridade estratégica, o pacto travou com a resistência da França. Nem a relação próxima com Emmanuel Macron foi suficiente para vencer a pressão do agronegócio francês, que teme perder espaço para produtos sul-americanos.
Lá vem mais impostos – A conversa dos deputados federais que dizem ser contrários a novos aumentos de impostos só durou até o governo do presidente Lula dizer que, se não aprovarem, não libera o dinheiro das emendas. Mudaram de atitude rapidinho.