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sábado, 20 de dezembro de 2025
JORNADA DE TRABALHO

Escala 6×1 deve entrar na agenda da Câmara no início de 2026

Presidente da Casa diz que partidos vão discutir PEC sobre jornada de trabalho

Luana Avelarpor Luana Avelar em 20 de dezembro de 2025
Escala 6x1
Presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que discute mudanças na escala 6×1 deverá integrar a agenda legislativa da Casa no início de 2026. Segundo ele, o tema passou a ocupar espaço relevante nas discussões internas e será objeto de encaminhamento regimental após a retomada dos trabalhos.

“A PEC 6×1 tem crescido na discussão. É uma pauta que, com certeza, estará no início do ano. Os partidos vão tratar e daremos encaminhamento regimental”, afirmou Motta, em entrevista a jornalistas.

A declaração ocorre em meio a uma disputa política no Congresso sobre o formato e o ritmo de eventual mudança na organização da jornada de trabalho, tema que passou a dividir Câmara, Senado e governo.

Câmara concentra debate sobre a escala 6×1

Na Câmara, a proposta mais avançada sobre a escala 6×1 é a PEC apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). O texto prevê o fim do modelo de seis dias de trabalho para um de descanso, com a adoção de uma escala de quatro dias trabalhados e três de folga, mantendo a jornada máxima de 36 horas semanais.

A proposta busca alterar a Constituição para permitir a redução da jornada semanal, hoje estruturada majoritariamente no modelo 6×1. O debate é impulsionado por centrais sindicais, parlamentares da esquerda e movimentos ligados à pauta trabalhista, que defendem a reorganização da jornada sem redução salarial.

Relatório na Câmara adota caminho mais moderado

Dentro da Câmara, porém, a discussão seguiu por um caminho menos ambicioso. Na Subcomissão Especial da Escala 6×1, o relator Luiz Gastão (PSD-CE) apresentou parecer que reduz a jornada máxima semanal de 44 para 40 horas, sem extinguir a escala 6×1.

Segundo o deputado, a adoção imediata de uma jornada de 36 horas seria economicamente inviável para micro e pequenas empresas. O texto prevê uma transição de três anos, com redução progressiva da carga horária, além de restrições ao trabalho aos fins de semana e medidas compensatórias, como desoneração da folha para setores mais dependentes de mão de obra.

Após críticas ao relatório, parlamentares pediram vista, e não há data definida para nova análise. O presidente da Comissão de Trabalho, Leo Prates, afirmou que poderá apresentar um substitutivo caso haja consenso.

Senado avança e pressiona governo

Enquanto a Câmara ainda discute o formato da proposta, o Senado avançou com um texto mais abrangente. A Comissão de Constituição e Justiça aprovou, por votação simbólica, uma PEC relatada pelo senador Rogério Carvalho, de autoria do senador Paulo Paim.

O texto reduz a jornada em uma hora por ano até chegar a 36 horas semanais, estabelece o limite de cinco dias trabalhados por semana e garante dois dias consecutivos de descanso — preferencialmente aos fins de semana — mantendo o teto de oito horas diárias, o que altera de forma estrutural a escala 6×1.

O avanço no Senado levou o governo a recalibrar sua posição. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, o Planalto apoiará a proposta com maior viabilidade de tramitação.

“A posição do governo é aprovar o caminho mais rápido para acabar com a escala 6×1. Se o mais rápido for o do Senado, vamos com ele”, afirmou.

LEIA MAIS: https://ohoje.com/2025/12/10/fim-da-escala-6×1-avanca-no-senado-e-governo-exige-urgencia/

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