Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro e define próximos passos
Procedimento é considerado eletivo; defesa deverá indicar data e local
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, na última sexta-feira (19), a realização da cirurgia de Bolsonaro. A decisão atende a um pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que agora terá de informar à Corte a data e o local do procedimento.
A autorização foi concedida após a análise de laudo médico oficial que aponta que Bolsonaro é portador de hérnia inguinal bilateral. O documento indica a necessidade de intervenção cirúrgica, recomendada pela maioria dos médicos que acompanharam a perícia, mas sem caracterização de urgência.

Cirurgia de Bolsonaro é classificada como eletiva
Diante do diagnóstico, a cirurgia de Bolsonaro foi enquadrada como eletiva, o que significa que poderá ser programada previamente, sem necessidade de realização imediata. Com isso, caberá à defesa comunicar ao STF o cronograma pretendido para a realização do procedimento.
“Caso haja a opção pela cirurgia por parte do réu, a mesma não será em caráter urgente, mas sim em caráter eletivo, ou seja, agendada, conforme o LAUDO Nº 2924/2025; devendo a Defesa, portanto, apontar a programação pretendida”, informou o documento oficial citado na decisão.
Após a indicação da data e do local, a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá prazo de 24 horas para se manifestar. Na sequência, Moraes deverá definir os aspectos logísticos relacionados à cirurgia de Bolsonaro.
Perícia detalha quadro clínico do ex-presidente
A perícia médica foi realizada pela Polícia Federal, que confirmou a presença de hérnia inguinal bilateral e a necessidade de procedimento cirúrgico, ressaltando que não se trata de uma situação emergencial. O laudo também apontou que o quadro de soluços persistentes apresentado por Bolsonaro é causado por um bloqueio do nervo frênico.
Segundo os peritos, a piora do quadro clínico pode comprometer o sono e a alimentação do ex-presidente, além de aumentar o risco de complicações associadas à hérnia. Durante o exame, Bolsonaro teria apresentado entre 30 e 40 soluços por minuto, sem remissão, informação considerada relevante para a avaliação da cirurgia de Bolsonaro.
Defesa relaciona quadro ao atentado de 2018
A defesa sustenta que os problemas de saúde do ex-presidente estão relacionados ao atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018. O argumento é utilizado para reforçar a necessidade da cirurgia de Bolsonaro, ainda que o laudo médico não a classifique como urgente.
Com a autorização concedida, o procedimento dependerá agora da definição do cronograma pela defesa e das decisões posteriores do STF quanto à sua realização.

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