Morreu nesta quarta-feira (24) Aruna, uma das gêmeas siamesas que haviam passado por uma complexa cirurgia de separação realizada em Goiânia, em maio de 2025. A morte foi confirmada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, responsável por liderar a equipe médica que conduziu o procedimento. “Hoje, Deus resolveu aliviar o sofrimento da Aruna e a levou para perto de sua irmã Kiraz. Uma dor imensa para todos nós, especialmente para essa família que lutou com coragem, fé e amor pelas suas gêmeas siamesas”, disse nas redes sociais.

De acordo com o médico, Aruna chegou a apresentar evolução positiva no período pós-operatório. A criança havia deixado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi transferida para a enfermaria, o que gerou expectativa de recuperação. No entanto, dias depois, ela desenvolveu um quadro infeccioso grave, possivelmente de origem viral, conforme informou Calil em boletim divulgado nas redes sociais.

A saída da UTI havia sido comemorada pela família no último dia 10 de dezembro, por meio do perfil “Kiraz e Aruna Rodrigues”, no Instagram, criado para acompanhar e compartilhar o processo de recuperação das gêmeas após a cirurgia.

Siamesas eram unidas pelo tórax, abdômen e bacia

Naturais de Igaraçu do Tietê, no interior de São Paulo, Aruna e Kiraz nasceram unidas pelo tórax, abdômen e bacia. As irmãs compartilhavam o fígado e tinham três pernas, condição que exigiu meses de planejamento médico até a realização da separação.

A cirurgia, considerada de alta complexidade, durou cerca de 19 horas e mobilizou mais de 40 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos. Kiraz, a outra gêmea, morreu cerca de dez dias após o procedimento cirúrgico.

O caso comoveu o país pela complexidade médica envolvida e pela mobilização da equipe multidisciplinar em Goiânia, referência nacional em cirurgias desse tipo.

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