PT lidera preferência partidária e PL consolida segunda posição
Datafolha aponta 24% para o partido de Lula, 12% para a sigla ligada a Bolsonaro e quase metade do eleitorado sem preferência política
O Partido dos Trabalhadores (PT) segue como a legenda preferida dos brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha divulgada na noite de domingo (28). O levantamento, realizado entre 2 e 4 de dezembro em 113 municípios, mostra o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na liderança com 24% das menções espontâneas, enquanto o Partido Liberal (PL), associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aparece em segundo lugar, com 12%. A maioria dos entrevistados, porém, 46%, afirmou não ter preferência partidária.
Os números indicam estabilidade no desempenho do PT ao longo do terceiro mandato de Lula. Nas medições de junho e julho, a sigla havia registrado 23%, e em abril chegou a 27%. A liderança petista é uma constante nas pesquisas de lembrança espontânea desde o fim da década de 1990, com exceções pontuais. Em setembro de 2022, às vésperas das eleições presidenciais, o partido alcançou 31% das citações.
O PL, por sua vez, atinge o maior patamar de toda a série histórica do Datafolha. O crescimento é atribuído à identificação direta com Jair Bolsonaro, que se filiou à legenda em novembro de 2021 e consolidou o partido como principal referência do campo conservador. Ainda assim, a distância em relação ao PT permanece significativa.
A série histórica do instituto, iniciada em 1989, mostra que apenas em momentos específicos o PT perdeu a dianteira, sobretudo para o então PMDB, hoje MDB, que chegou a marcar 19% no início dos anos 1990. Atualmente, a legenda emedebista registra apenas 2%. Ao longo de todas as medições, o grupo sem preferência partidária se mantém como o maior contingente do eleitorado, nunca ficando abaixo de 40%.
Outras siglas também tiveram movimentos relevantes ao longo do tempo. O PSDB, principal adversário do PT durante anos, atingiu seu pico em 2015, com 9%, no contexto das manifestações contra o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, mas hoje aparece de forma residual. Já o PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018, chegou a 7% após o atentado sofrido durante a campanha, mas perdeu espaço posteriormente.
A segmentação do levantamento revela perfis distintos de apoio. O PT concentra maior adesão entre eleitores com ensino fundamental, moradores do Nordeste, católicos, pessoas que avaliam o Supremo Tribunal Federal (STF) como ótimo ou bom e quem votou em Lula em 2022. O PL apresenta desempenho mais expressivo entre eleitores com renda de cinco a dez salários mínimos, escolaridade média ou superior, críticos do STF e que optaram por Bolsonaro na última eleição presidencial.
A pesquisa ouviu 2.002 eleitores com 16 anos ou mais e tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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