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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
Tornozeleira

Condenado por tentativa de golpe abandona tornozeleira na fronteira

Tornozeleira eletrônica de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, condenado pelo STF a 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, foi encontrada abandonada na rodoviária de Ciudad del Este, no Paraguai

Paula Costapor Paula Costa em 29 de dezembro de 2025
Tornozeleira eletrônica
O dispositivo havia sido rompido durante a fuga do ex-chefe da PRF, preso ao tentar embarcar para El Salvador com identidade falsa. A tornozeleira será periciada pela PF. Crédito: Polícia Internacional do Paraguai.

A tornozeleira eletrônica usada pelo ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, foi localizada na madrugada desta segunda-feira (29), na rodoviária de Ciudad del Este, no Paraguai, na fronteira com o Brasil. O equipamento foi encontrado por agentes da Polícia Nacional paraguaia, após cooperação com autoridades brasileiras, dias depois da prisão de Vasques ao tentar fugir para El Salvador utilizando documentos falsos.

O dispositivo de monitoramento foi identificado por policiais da 3ª Delegacia do bairro Obrero e estava rompido. Segundo as autoridades paraguaias, Silvinei não informou como retirou a tornozeleira nem em que circunstâncias a abandonou no terminal rodoviário. O achado acionou o Comando Tripartite, mecanismo de integração policial entre Brasil, Paraguai e Argentina, que confirmou que o equipamento pertencia ao ex-dirigente da PRF.

Após a identificação, a tornozeleira será encaminhada à Polícia Federal brasileira para a realização de perícia técnica. De acordo com a polícia paraguaia, o bracelete eletrônico estava homologado pela Anatel e registrado em nome de uma empresa brasileira de tecnologia responsável pelo monitoramento judicial.

Silvinei Vasques foi detido pelas autoridades paraguaias entre os dias 25 e 26 de dezembro, no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, ao tentar embarcar para a América Central. No momento da abordagem, ele utilizava um passaporte falso em nome de Julio Eduardo Fernandez e apresentou uma declaração alegando sofrer de um grave câncer na cabeça, afirmando ainda que não conseguia falar ou ouvir.

A fraude foi desmascarada após a comparação de fotografias, impressões digitais e dados biométricos, segundo informou o diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter. Confrontado pelas autoridades, Silvinei confessou que os documentos apresentados não lhe pertenciam.

Condenado pelo STF por atuar para monitorar ilegalmente autoridades e dificultar o acesso de eleitores às urnas — especialmente na região Nordeste — durante o processo eleitoral, Vasques havia rompido a tornozeleira eletrônica antes de deixar o Brasil. A Polícia Federal aponta que a fuga começou a ser planejada na noite de 24 de dezembro, quando ele alugou um veículo, organizou bagagens, levou o cachorro e seguiu em direção à fronteira paraguaia.

Após a prisão, o ex-diretor da PRF foi expulso do Paraguai por entrada irregular no país e pelo cumprimento de mandado judicial brasileiro. Atualmente, ele cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. A defesa informou que pretende solicitar a transferência de Silvinei para Santa Catarina, sob o argumento de maior proximidade familiar.

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