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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
Amazônia e mercado

Produção em massa leva China ao topo do mercado mundial de tambaqui

Avanço industrial e escala produtiva reposicionam o tambaqui no mercado global, enquanto o Brasil mantém liderança científica sobre a espécie

Luana Avelarpor Luana Avelar em 29 de dezembro de 2025
tambaqui
Foto: Sebrae

Durante décadas, o tambaqui esteve associado quase exclusivamente à Amazônia brasileira. Peixe nativo da bacia amazônica, ele estruturou a pesca artesanal, a piscicultura regional e parte expressiva da culinária do Norte do país. Nos últimos anos, porém, esse vínculo geográfico deixou de definir o centro da produção. De forma planejada e pouco ruidosa, a China ultrapassou o Brasil e assumiu a liderança mundial na criação do tambaqui, alterando o eixo econômico de uma espécie historicamente brasileira.

A mudança não decorre de acaso ou vantagem ambiental, mas de estratégia industrial. A China incorporou o tambaqui ao seu sistema de aquicultura intensiva, baseado em planejamento de longo prazo, forte coordenação estatal, integração logística e capacidade de produção em larga escala. O peixe passou a ser tratado como proteína estratégica, com ciclos produtivos padronizados e oferta regular ao mercado interno e externo.

Tambaqui e a lógica da produção em escala

O sucesso chinês está diretamente ligado às características biológicas do tambaqui, consideradas ideais para sistemas industriais. A espécie apresenta crescimento rápido, alta tolerância a variações ambientais, boa conversão alimentar e desempenho consistente em altas densidades de cultivo. Esses atributos reduzem custos e riscos produtivos, tornando o peixe competitivo em mercados globais de proteína animal.

Na prática, o tambaqui foi integrado a cadeias produtivas completas, que incluem melhoramento genético, engorda tecnificada, processamento com valor agregado e logística eficiente. Esse modelo garante previsibilidade de oferta, elemento central para exportações em grande escala — um ponto em que o Brasil ainda enfrenta entraves estruturais.

Apesar de ter perdido a liderança em volume, o Brasil segue ocupando posição estratégica no desenvolvimento do tambaqui. O país concentra os principais bancos genéticos da espécie e é referência mundial em pesquisa, reprodução e larvicultura. Grande parte do conhecimento científico que sustenta a expansão internacional do peixe foi construída em instituições brasileiras ao longo de décadas.

Leia também: https://ohoje.com/2018/08/22/beneficios-que-vem-do-consumo-dos-peixes/

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