Desemprego atinge mínimo histórico e consolida avanço do mercado de trabalho no Brasil
Quarto trimestre de 2025 registra taxa de 5,2%, recorde de ocupação, aumento da renda e queda da informalidade
O mercado de trabalho brasileiro encerrou o quarto trimestre de 2025 com resultados inéditos. A taxa de desemprego caiu para 5,2%, o menor índice desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e confirmam um cenário de forte aquecimento da economia.
No período, o país contabilizou 5,644 milhões de pessoas desocupadas, número que representa uma redução de 7,2% em relação ao trimestre anterior, o equivalente a 441 mil pessoas a menos procurando trabalho. Na comparação com o mesmo intervalo de 2024, a queda foi ainda mais significativa, chegando a 14,9%, com quase 1 milhão de brasileiros deixando a condição de desemprego.
Emprego cresce e ocupa maior parcela da população
Além da retração do desemprego, o Brasil alcançou um novo marco no total de pessoas ocupadas. Segundo o IBGE, 103,2 milhões de brasileiros estavam empregados no fim de 2025, o maior contingente já registrado. Com isso, o nível de ocupação atingiu 59% da população, também um recorde da série.
De acordo com a coordenadora de pesquisas do IBGE, Adriana Beringuy, a manutenção desse volume elevado de trabalhadores ao longo do ano reduziu a pressão por novas vagas. Como consequência, a taxa de desocupação caiu de forma consistente, refletindo maior estabilidade no mercado de trabalho.
Formalização avança e informalidade diminui

Outro dado relevante do levantamento é a queda da informalidade. A proporção de trabalhadores sem carteira assinada ou sem registro recuou para 37,7% da população ocupada, abaixo dos 38% observados no trimestre anterior. Esse movimento foi impulsionado pelo aumento do número de empregados com carteira assinada, que chegou a 39,4 milhões, estabelecendo um novo recorde.
Enquanto isso, o total de trabalhadores sem carteira no setor privado permaneceu estável no trimestre, somando 13,6 milhões, mas apresentou redução de 3,4% na comparação anual, indicando avanço gradual da formalização no país.
Renda sobe e fortalece a economia
O crescimento do emprego veio acompanhado de melhora nos rendimentos. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores alcançou R$ 3.574, com alta de 1,8% no trimestre e de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, já descontada a inflação. A massa de rendimento real, por sua vez, chegou a R$ 363,7 bilhões, crescendo 2,5% no trimestre e 5,8% no acumulado do ano.
Para o IBGE, o desempenho reflete a combinação entre expansão do número de ocupados e valorização da renda. Segundo Adriana Beringuy, esse conjunto de fatores impulsiona a massa salarial e reforça o papel do mercado de trabalho como motor da economia brasileira.
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