A recusa do ministério por Pedro Lucas pode beneficiar Caiado


O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pode se beneficiar da crise entre a sua sigla e o Partido dos Trabalhadores. A tensão ocorreu, nesta terça-feira (22), após a confirmação da recusa do Ministério das Comunicações feita pelo deputado federal, Pedro Lucas (União Brasil). O parlamentar foi confirmado dias antes. A situação expôs fragilidades da relação entre ambos os partidos. O que pode ser visto como uma oportunidade para o gestor estadual em sua empreitada ao Planalto.
Nos últimos meses, uma ala mais governista do União Brasil vem demonstrando um certo descontentamento com o anúncio da pré-campanha à presidência da República de Ronaldo Caiado. O cenário interno veio a público pelo ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), e o ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), que, logo de cara, recusaram o convite de lançamento oficial, que ocorreu no dia 4 de abril, em Salvador. Além disso, Sabino, em entrevistas à imprensa, escancarou a sua discordância pessoal e a oposição de “a maioria” na sigla em relação à decisão do gestor de Goiás.
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Com a recusa de Pedro Lucas, o governo Lula fala em rever espaços ocupados pelo União Brasil. Por ter causado um constrangimento público, o presidente e a sua sigla podem retalhar partido que, atualmente, é base do governo. E, mesmo que isso não ocorra, o mero mal-estar pode garantir uma certa legitimidade interna, ou, ao menos, um fôlego para poder continuar.
Para se ter uma ideia, desde o lançamento da pré-campanha de Ronaldo Caiado, no dia 4 de abril, e até mesmo, nos dias que antecederam a data, o partido não fez nenhuma menção no site oficial que o governador de Goiás se lançaria, ou se lançou, à presidência da República. O fato já pode ser considerado um posicionamento do partido: de que não apoia integralmente a decisão do gestor. Mas, com essa mudança repentina, tudo pode mudar.