Coluna

Abstenção alta pode surpreender pesquisas

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 01 de outubro de 2022

Institutos de pesquisas com maior credibilidade apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com chances de vencer Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno neste domingo (2). Mas, segundo especialistas, com a polarização massacrando os ouvidos do cidadão-eleitor durante quase um ano, os que não nutrem simpatia por nenhum dos dois candidatos, tendem a se abster de votar. Do lado dos que acreditam que muita gente vai viajar e justificar o voto, ou simplesmente pagar a multa eleitoral, argumentam olhando as pesquisas. Os números mostram que o nível de escolaridade e de renda daqueles que deixaram de votar no pleito de 2018, se encontram no andar de baixo da pirâmide social, principalmente os menos escolarizados. É nessa faixa que Jair Bolsonaro mais investiu e Lula também. Os ideólogos das campanhas de ambos vão dar maior atenção neste sábado (1°) a este cidadão indiferente. Bolsonaristas dão maior atenção nos indecisos e seus aliados nos estados, vão massificar nas redes sociais a ideia de que o governo está no rumo certo: inflação baixa e emprego em alta, sem contar o Auxilio Brasil atendendo os mais carentes. Já a turma de Lula, também mira os indecisos, mas sobretudo, vão trabalhar o dia todo para diminuir o antipetismo da classe média. Mas tem voz discordante sobre um resultado contrário às urnas por conta dos ‘faltosos’. O professor especialista em marketing digital e consultor político, Darlan Campos disse à Xadrez que “é possível uma diminuição na abstenção, brancos e nulos devido a polarização. Quanto maior a disputa, maior a tendência do eleitor participar do pleito”, pondera.

Não acredita

Fazendo coro à tese de Darlan, o advogado pernambucano, especialista em direito eleitoral e consultor político, Pablo Bismack não acredita na eventual alta de abstenções por causa da polarização. “No primeiro turno, temos outros candidatos a presidente e, geralmente, o eleitor tende ir às urnas por convicção política ou ideológica”. Bismack acredita que no segundo turno, o eleitor faz avaliação dos candidatos e vota.“Pode ser que nesta eleição tenhamos uma abstenção alta no segundo turno, mas no primeiro não”.

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Debate, onde?

O que era para ser uma demonstração de civilidade, pluralidade de ideias e propostas que despertasse o cidadão para a importância do debate democrático, virou um ringue de lutas ideológicas e busca desenfreada pelo poder. Não só nos estados, mas sobretudo nos debates entre presidenciáveis promovidos pelas principais emissoras de tevês, a tônica foi a mesma: atacar o adversário abaixo da linha da cintura.

Ciclo esgotado

Em um passado recente, o critério da justiça eleitoral era para quem estivesse melhor pontuado. Desde 2018, as regras mudaram e os aprendiz de ‘Daciolos’ e seus minguados índices de expectativas de votos, passaram a fazer parte do primeiro pelotão dos que realmente tem votos. O resultado é esse circo mambembe oferecido ao distinto cidadão-eleitor. A fórmula atual dos debates, esgotou o ciclo e terá quer ser mudada ou a audiência e os participantes que lideram pesquisas abandonarem a arena.

Recado dos tucanos

A cúpula tucana do andar de cima, capitaneada por intelectuais da escola de Willy Brandt, o inspirador da social-democracia do PSDB, anda desconfiada que, se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer no primeiro turno, serão escanteados. Eles já emitiram avisos que o apoio significa governar juntos e tem propostas para a eventual gestão de Lula. Se forem ignorados, o lema de Brandt, “Queremos mais democracia” será resgatado pelo tucanato com muita força.

Pontes de Caiado

Goste ou não do jeito assertivo, às vezes duro do governador-candidato, Ronaldo Caiado (União Brasil) quando defende suas ideias e o modelo de gestão que pilotou, até agora, em exatos 1.381 dias. A maioria concorda que ele soube construir pontes políticas e, ao contrário do que muitos imaginavam, não dinamitou essas vias de acesso. O resultado deste estilo sem retoques midiáticos, chega nas urnas neste domingo (2) e pode conduzir sua trajetória política pela porta da frente da história. Vencendo ou não no primeiro turno.

Recado dos tucanos

A cúpula tucana do andar de cima, capitaneada por intelectuais da escola de Willy Brandt, o inspirador da social-democracia do PSDB, anda desconfiada que, se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer no primeiro turno, serão escanteados. Eles já emitiram avisos que o apoio significa governar juntos e tem propostas para a eventual gestão de Lula. Se forem ignorados, o lema de Brandt, “Queremos mais democracia” será resgatado pelo tucanato com muita força.