Coluna

Acordo trabalhista e alta de impostos reduzem lucro da Saneago em quase 32%

Publicado por: Sheyla Sousa | Postado em: 17 de junho de 2019

Os
impactos gerados por um acordo trabalhista com o Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg), num valor aproximado de R$
10,0 milhões, e pelo incremento nas despesas com impostos levaram a uma queda
de praticamente 32,0% no resultado líquido da Saneamento de Goiás S.A.
(Saneago) no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período do
ano passado. O lucro acumulado nos três meses iniciais este ano atingiu R$
28,564 milhões, frente a R$ 42,0 milhões no primeiro trimestre de 2018 (quando
havia crescido mais de 151% em relação a idêntico intervalo de 2017).

O
acerto com o sindicato contribuiu para elevar os custos de serviços de R$
263,75 milhões no ano passado para R$ 288,898 milhões, em alta de 9,55% entre
um trimestre e o outro. A maior contribuição para esse aumento veio da conta de
pessoal, que avançou 28,51%, saindo de R$ 107,668 milhões para R$ 138,368
milhões (dos quais, em torno de R$ 10,0 milhões, conforme ressalta relatório
divulgado pela administração da companhia, vieram do pagamento do acordo com o
Stiueg).Como consequência, o resultado bruto do primeiro trimestre recuou 2,83%
diante dos três meses iniciais de 2018, encolhendo ligeiramente de R$ 299,005
milhões para R$ 222,529 milhões.

A
receita operacional líquida experimentou variação de 3,85% e somou R$ 508,625
milhões no primeiro trimestre deste ano, frente a R$ 489,787 milhões em 2018.
De acordo com a concessionária, o aumento das receitas com a venda de água no
segmento residencial (mais 6,77%) e de esgoto (mais 26,33%) respondeu pela
maior parte do desempenho do faturamento líquido, refletindo a alta de 2,5% no
número de ligações de água (para 2,158 milhões) e de 6,7% nas de esgoto (para
1.143 milhão). Além disso, houve ainda o impacto positivo do reajuste de 3,37%
em vigor desde julho do ano passado.

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Impactos
negativos

Somadas,
as despesas administrativas, comerciais e tributárias, incluindo ainda o valor
das provisões realizadas, atingiram R$ 167,485 milhões no primeiro trimestre de
2019, crescendo 7,04% diante de R$ 156,466 milhões no ano passado, derrubando o
resultado antes computadas as despesas financeiras de R$ 72,539 milhões para R$
55,044 milhões (24,1% a menos). Já descontadas as receitas financeiras, as
despesas nesta área desabaram 49,21%, de R$ 17,596 milhões para R$ 8,937
milhões. Mas o resultado líquido caiu fortemente, afetado ainda pelo salto de
35,54% no recolhimento do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL), que exigiram, em conjunto, o desembolso de R$ 17,543
milhões, o que se compara com R$ 12,943 milhões pagos pela companhia nos
primeiros três meses de 2018.

Balanço

·  
Os
investimentos realizados em todo o Estado continuam avançando neste ano,
alcançando R$ 36,899 milhões no primeiro trimestre, o que representou
incremento de 17,91% frente aos R$ 31,295 milhões investidos em idêntico
intervalo do ano passado.

·  
Para
comparação, em 2018, sempre considerando o primeiro trimestre de cada período,
os investimentos haviam saltado 63,9% em relação a 2017 (R$ 19,097 milhões).

·  
A
geração operacional de caixa, medida pelo resultado antes de impostos, gastos
financeiros, depreciação e amortizações (Ebitda), sofreu baixa de 15% no
acumulado do primeiro trimestre deste ano.

·  
Considerando
valores ajustados (descontadas provisões, reversões de provisões e recuperação
de créditos contábeis sem efeito sobre o caixa da companhia), o Ebtida saiu de
R$ 146,111 milhões (29,83% sobre a receita líquida do primeiro trimestre de
2018) para R$ 124,179 milhões (24,41%).

·  
A
empresa gerou caixa (ou equivalente da caixa, como aplicações financeiras) de
R$ 73,081 milhões entre janeiro e março, diante de R$ 43,997 milhões no quarto
trimestre de 2018, num incremento de 66,1%.

·  
O
valor, no entanto, considerando a necessidade de investimentos, continua
insuficiente para bancar todo o crescimento planejado pela companhia. A participação
de capital de terceiros avançou de 81,97% para 84,19% entre dezembro de 2018 e
março deste ano.

No dia 13 deste mês, o conselho de administração
da empresa aprovou a realização de prospecção para captação no mercado de até
R$ 140,0 milhões destinados a reforçar o fluxo de caixa e fazer frente a
indenizações relacionadas ao programa de demissões voluntárias adotado neste
ano.