O Governo Federal faturou o máximo que pôde no entrevero com Donald Trump, causado pela dupla STF/Eduardo Bolsonaro. A narrativa foi tão bem aproveitada pelos petistas que ficou como se Lula tivesse indo para a 3ª Guerra Mundial enfrentar os Estados Unidos em nome do Brasil, numa reedição internacional do nós contra eles. A esquerda ressaltou tudo o que odeia na direita, o patriotismo, o nacionalismo, liberdade, esses nojinhos. Com o encontro rápido na ONU, os telefonemas, as reuniões de assessores e a conversa particular de ontem (26), em Kuala Lampur, na Malásia, muda alguma coisa para ficar tudo como está.

Em Goiás e Distrito Federal, por exemplo, o PL de Jair Bolsonaro e o PT de Lula têm rivais mais fortes, que estão à espreita. Em Brasília, o PL já decidiu abrir mão de compor a chapa em favor do grupo de Ibaneis Rocha, que vai lançar para o GDF a atual vice, Celina Leão. Por aqui, o nome do partido ao Executivo estadual é o senador Wilder Morais. Nas duas unidades da federação, os governadores são bem avaliados, escolheram os vices para a sucessão e têm a esquerda como inimiga.

Ibaneis e o vice de Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, são do MDB, a sigla mais cobiçada pelos articuladores do presidente. Se agora, com Trump não sendo mais o bicho-papão pregado pelo PT, Lula voltar a cair, fica mais fácil para Daniel se aninhar com os bolsonaristas – mesmo que não o PL, ao menos algum índice dos eleitores do ex-presidente. Isso muda tudo em GO/DF, pois a saída de José Roberto Arruda do PL de Brasília foi um choque, porém menor que a ascensão de Lula rumo a ser reeleito. Em Goiás pode passar de mata-leão a mate-leão, um chá de esperança para os anti-PT.