Agro e investimentos contribuem para avanço de 1,4% do PIB no 1º trimestre


A atividade econômica iniciou 2025 em um ritmo mais acelerado do que aquele observado no final do ano passado, especialmente por conta do
desempenho da agropecuária, puxado pelo aumento na produção de soja, milho, arroz e fumo, e ainda pelo avanço dos investimentos, com contribuição positiva também do consumo das famílias. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB), que mede o volume de riquezas geradas pela
economia, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram variação de 1,4% na saída do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre deste ano, depois de uma variação quase nula nos três meses finais do ano passado – mais precisamente, o IBGE havia apontado uma variação de 0,1% diante do trimestre imediatamente anterior, sempre na série de dados dessazonalizados, ou seja, com exclusão de eventos e fatores que regularmente ocorrem nas mesmas épocas ano a ano.
Comparado ao primeiro trimestre de 2024, quando o PIB havia crescido 2,6% frente ao mesmo período de 2023, o crescimento nos três meses
iniciais deste ano aproximou-se de 2,9%. A riqueza total gerada pela economia brasileira, ligeiramente abaixo das projeções do setor financeiro, que aguardava um incremento ao redor de 1,5% na série dessazonalizada (quer dizer, na passagem do último trimestre de 2024 para o primeiro deste
ano) e de 3,1% frente ao trimestre inicial do ano passado. Pode parecer de certa inacreditável, mas desta vez o setor financeiro estava sendo modestamente mais otimista, ainda que o tom animador não pareça ter afetado o comportamento dos mercados de forma mais evidente.
Mudança de ciclo?
O dado a ser anotado é que o PIB aparentemente teria interrompido “a trajetória de desaceleração que vinha apresentando desde a segunda metade
do ano passado”, na leitura do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Na avaliação da entidade, “o principal motivo por trás
disso foi a forte expansão da agropecuária”, um fator dado como “já esperado” pelo Iedi em função da recuperação da produtividade em culturas importantes, como milho, soja e arroz, afetadas negativamente por problemas climáticos ao longo da safra passada. As vendas do setor lá fora,
acrescenta o Iedi, foram ainda importantes “para trazer as exportações [totais do País] de volta ao terreno positivo”. O PIB da agropecuária, de
fato, avançou 12,2% em relação ao quarto trimestre de 2024 e 10,2% quando comparado os números acumulados nos três primeiros meses de
2024, com altas de 13,3% na produção de soja, de 11,8% no volume de milho colhido, de 12,2% para a colheita de arroz e de 25,2% na produção
de fumo, de acordo com o IBGE.