Aliados de Ibaneis Rocha e Celina Leão acreditam que Arruda não será candidato
Faltando pouco mais de 11 meses para o primeiro turno da eleição geral de 2026, o cenário político no Distrito Federal segue sem muitas alterações. A vice-governadora Celina Leão (PP) mantém-se na dianteira conforme as últimas pesquisas, mas um fato novo pode mudar essa trajetória. Caso a Justiça não o tire do jogo novamente, o ex-governador José Roberto Arruda — que deixou o PL por não concordar com a aliança da legenda com o grupo de Celina — ameaça o favoritismo dela.
Para alguns juristas, Arruda continua inelegível pela Lei da Ficha Limpa; para outros, as cinco condenações que teve por improbidade seriam unificadas para fins de contagem. Aliados de Ibaneis e Celina acreditam que ele não será candidato devido a esses óbices.
Além desse desafio, Arruda necessita de recursos e de um partido com um mínimo de estrutura — dois ativos que ele não tem no momento. A expectativa é o PSD, mas o presidente da legenda no DF, o empresário e ex-governador Paulo Octávio, ainda não destravou a “porta” para Arruda entrar. PO, como é conhecido politicamente, vê dificuldade em filiar e bancar a candidatura do ex-governador por uma questão política. O PSD tem três secretarias sob seu comando no governo de Ibaneis e Celina: a do Trabalho, a de Cultura e a recém-criada Secretaria da Juventude, na qual seu filho André Kubitschek é o titular.
Paralelamente, a situação do PL no DF — que, por enquanto, mantém a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como favorita ao Senado — tende a sofrer esvaziamento. Arruda já pediu o boné, e o deputado federal Alberto Fraga afirmou que, assim que abrir a janela partidária, deixará a legenda. Resta saber o que fará o senador Izalci Lucas, em fim de mandato: seguir no PL e disputar vaga de deputado federal ou buscar outro partido? Caso o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, não consiga deter a debandada, o partido terá dificuldade para montar uma chapa competitiva de deputados federais.
DF pode ter seis candidaturas
Até onde as vistas alcançam, além da candidatura de Celina Leão (PP), que representa a base de Ibaneis Rocha (MDB) na disputa pelo Governo do DF, o PT deve lançar o veterano Geraldo Magela ou Leandro Grass, que decidirão em prévias. O PSB deve concorrer com Ricardo Cappelli; o PSDB caminha para ter como candidato o presidente regional Sandro Avelar; a deputada distrital Paula Belmonte também figura entre os nomes, e ainda há a incerta candidatura de José Roberto Arruda.
Desafio das nominatas
Os partidos quebram a cabeça para montar chapas competitivas para deputado federal e distrital. O foco principal, no entanto, está nos federais: se caírem na cláusula de barreira, não terão acesso ao fundo partidário nem ao financiamento de campanha. Para complicar, ainda precisam cumprir a cota de gênero. O quebra-cabeça é encontrar lideranças que tenham, no mínimo, 20% dos votos necessários.
Nanicos valorizados
Os partidos nanicos que estão fora das federações passaram a ser valorizados e buscam alinhar candidatos com o mesmo teto de votos. Assim, todos terão as mesmas chances, tornando a disputa mais equilibrada.
Pábio e Zeli
Em Valparaíso de Goiás, no Entorno de Brasília, o ex-prefeito e atual secretário de Goiás para o Entorno, Pábio Mossoró, deve deixar o MDB e buscar uma legenda da base que lhe ofereça melhor chance de vitória. O mesmo ocorre com a deputada estadual Zeli Fritsche, que deve deixar o União Brasil.
Alianças ampliadas
A primeira-dama e secretária de Promoção Social e Cidadania de Novo Gama, Joscilene Mangão, tem ampliado suas alianças com outros municípios. Além de Valparaíso e Cidade Ocidental, as mais recentes conquistas de apoio vieram de Abadiânia, Alexânia, Padre Bernardo, Luziânia e Cristalina. Nada mal para uma estreante.
Cristiomário no Agir
Outro que busca deixar o PP é o prefeito de Planaltina e presidente da Amab, Cristiomário Medeiros. Ele deve buscar uma legenda menor — provavelmente o Agir — para disputar uma vaga de deputado estadual. Cristiomário vai renunciar ao mandato e ceder o cargo ao seu vice, Zezinho do Planalto (União Brasil).