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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Arrecadação cai 12,46% em julho (depois de descontada a inflação)

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 7 de agosto de 2025
Arrecadação cai 12,46% em julho (depois de descontada a inflação) Foto: Getty Images/iStockphoto
Arrecadação cai 12,46% em julho (depois de descontada a inflação) Foto: Getty Images/iStockphoto

Seja em função de fatores conjunturais, seja por efeito do Negocie Já, que ajudou a “engordar” as receitas estaduais de forma atípica no ano passado quando R$ 1,58 bilhão adicionais entraram nos cofres da Fazenda Pública Estadual  a arrecadação bruta de impostos experimentou queda real de 12,46% em julho deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Foi o quarto mês consecutivo de baixa, depois de descontada a inflação, com a arrecadação saindo de R$ 3,641 bilhões em julho de 2024 para R$ 3,187 bilhões no mesmo mês deste ano, gerando perdas de R$ 453,657 milhões em apenas um mês.

O resultado de julho contribuiu para reverter o ganho, ainda que residual, acumulado no primeiro semestre, gerando um recuo de 1,42% na arrecadação acumulada entre janeiro e julho deste ano, em relação aos primeiros sete meses de 2024. A valores atualizados pelo IPCA, do IBGE, o valor bruto arrecadado pelo Estado caiu de R$ 22,175 bilhões para R$ 21,860 bilhões, representando uma perda de R$ 314,330 milhões.

Na comparação mensal, as principais perdas vieram do ICMS ,responsável por 80,4% da arrecadação total em julho  e da indústria, além do comércio atacadista, distribuidor e varejista. Os dados da Secretaria da Economia mostram retração em todos os segmentos, com exceção da energia elétrica.

Onde caiu

O ICMS gerou receitas de R$ 2,563 bilhões em julho deste ano, ante R$ 2,969 bilhões em igual mês de 2024, numa queda real de 13,69%  ou R$ 406,372 milhões a menos, o que representa 89,6% da queda geral na arrecadação do mês.

Proporcionalmente, a maior retração foi do ITCD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), com queda de 21,57% no período, de R$ 92,942 milhões para R$ 72,896 milhões perda de R$ 20,047 milhões.

O IPVA também caiu, recuando 4,37%, com arrecadação de R$ 208,531 milhões contra R$ 218,055 milhões em julho de 2024. Já o grupo “outras receitas” anotou queda de 8,13%, com arrecadação de R$ 140,906 milhões frente aos R$ 153,379 milhões do ano passado.

Balanço

Como exceção entre os tributos, as receitas destinadas ao Fundo de Proteção Social do Estado de Goiás (Protege Goiás) cresceram 2,05%, passando de R$ 148,093 milhões para R$ 151,130 milhões.

Em valores absolutos, a maior queda veio da indústria, cuja arrecadação despencou 21,75% em termos reais, de R$ 782,426 milhões para R$ 612,234 milhões  ou seja, R$ 170,192 milhões a menos, respondendo por 37,52% da perda geral no mês.

O comércio atacadista teve a segunda maior contribuição negativa: a arrecadação no setor passou de R$ 633,480 milhões para R$ 544,413 milhões, uma queda de 14,06% ou R$ 89,067 milhões a menos.

O setor de combustíveis, que vinha apresentando dados positivos, entrou em queda: recuo de 6,86%, com arrecadação caindo de R$ 812,260 milhões para R$ 756,56 milhões perda de R$ 55,704 milhões. No comércio varejista, a arrecadação caiu 9,80%, o que representa R$ 46,740 milhões a menos que os R$ 476,762 milhões arrecadados em julho de 2024.

A única alta entre os segmentos foi registrada no setor de energia elétrica, com crescimento de 2,77%: a arrecadação passou de R$ 151,216 milhões para R$ 155,399 milhões um ganho modesto de R$ 4,183 milhões.

No acumulado de janeiro a julho, ICMS e indústria continuam como os destaques mais negativos. O setor industrial teve queda de 5,15% na arrecadação, que passou de R$ 4,679 bilhões para R$ 4,438 bilhões  perda de R$ 240,781 milhões, o que representa 76,60% da retração geral.

No caso do ICMS, a queda foi de 1,51%, com arrecadação de R$ 17,256 bilhões em 2025 contra R$ 17,520 bilhões em 2024. A perda de R$ 264,327 milhões respondeu por 84,09% da retração total no período. Já o ITCD caiu 16,08%, com arrecadação de R$ 519,909 milhões frente aos R$ 619,563 milhões do ano anterior diferença de R$ 99,654 milhões, equivalente a 31,70% da perda total.

Em contrapartida, o IPVA registrou alta de 4,84% no período, passando de R$ 1,525 bilhão para R$ 1,599 bilhão. O Protege Goiás teve crescimento de 8,36%, com arrecadação saltando de R$ 999,662 milhões para R$ 1,083 bilhão.

Entre os setores, o comércio atacadista recuou 1,89%, com arrecadação passando de R$ 3,948 bilhões para R$ 3,873 bilhões. O varejo teve leve queda de 0,33%, saindo de R$ 3,0 bilhões para R$ 2,991 bilhões. Energia elétrica avançou 5,78%, enquanto a agropecuária cresceu 9,51%, refletindo a safra recorde e o aumento dos abates de animais.

Segundo dados de fevereiro, a carteira de créditos renegociados no âmbito do Negocie Já somava R$ 4,2 bilhões, com 852 mil prestações em aberto. No entanto, a entrada desses recursos no Tesouro será lenta, já que o programa permite o pagamento de débitos atrasados de ICMS, IPVA e ITCD em até 10 anos, com perdão de até 99% em juros e multas.

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