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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Balanço mais apertado entre preços e custos afeta margens na agricultura

Castigadas pelas inclemências do clima, que deve frustrar as safras de milho e soja, as lavouras neste ano deverão trazer resultados mais apertados, quando não negativos, pelo menos para uma parcela dos produtores, especialmente para aqueles obrigados a replantar parte de suas áreas ou que decidiram investir menos em tecnologia. Os impactos negativos, de toda […]

Castigadas pelas inclemências do clima, que deve frustrar as safras de milho e soja, as lavouras neste ano deverão trazer resultados mais apertados, quando não negativos, pelo menos para uma parcela dos produtores, especialmente para aqueles obrigados a replantar parte de suas áreas ou que decidiram investir menos em tecnologia. Os impactos negativos, de toda forma, poderão ser acomodados diante de uma sequência de anos muito positivos para o setor, muito embora a escalada dos custos na safra 2022/23 tenha contribuído para trazer as margens de rentabilidade para uma faixa mais próxima das médias históricas, especialmente no caso da soja.

Os preços dos principais produtos agrícolas abriram ano ainda com tendência de baixa, reforçando o movimento de queda experimentado desde o ano passado. Ao longo de 2023, o indicador de preços ao produtor calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, chegou a acumular queda de 17,4% em relação a 2022, com perdas de 23,9% para os grãos e de 14,8% para a pecuária, considerando os preços médios recebidos pelo campo. Mesmo diante da expectativa de colheitas menores neste ano, ao menos em relação aos números históricos observados na safra 2022/23, os preços continuam pressionados para baixo, o que tem retardado as decisões de venda dos produtores da produção que começa a ser colhida no próximo mês. Os custos apresentam tendência de baixa ainda, especialmente diante da normalização dos preços de adubos e fertilizantes. Embora isso possa vir a trazer algum alívio, o fato é que os preços sinalizados para a safra ainda no campo sofreram baixas mais intensas e ainda não sinalizam mudanças mais expressivas de tendência.

Para baixo

No acompanhamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os preços da soja e do milho, no mercado disponível, sofreram perdas respectivamente de 33,2% e de 35,77% nos últimos 12 meses. A arroba do algodão, por sua vez, sofreu baixa de 28,1% na mesma comparação, saindo de R$ 168,89 para R$ 121,45. No primeiro caso, o preço da saca caiu de R$ 152,95 no início da segunda quinzena de janeiro de 2023 para R$ 102,14 no dia 12 deste mês, depois de ter alcançado R$ 118,79 ao final da primeira semana de janeiro deste ano. A saca de milho manteve-se estável ao longo da semana encerrada em 12 de janeiro, ao redor de R$ 40,92, mas havia alcançado algo como R$ 63,71 em 13 de janeiro do ano passado.

Balanço

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