Bia Kicis atropela aliança do PL com Ibaneis Rocha e Celina Leão
Acordos políticos feitos com muita antecedência podem ser alterados conforme as circunstâncias de cada partido e candidatos. Alguns se firmam, mas, na maioria dos casos, sucumbem diante da realidade dos fatos. A aliança entre o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a vice e pré-candidata ao Buriti, Celina Leão (PP), avalizada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) pode dar zebra. Isto porque a deputada federal e presidente do PL no DF, Bia Kicis, disse que vai anunciar sua pré-candidatura ao Senado no próximo dia 11.
O problema é que houve uma negociação intermediada por Michelle para o PL apoiar Celina Leão ao governo e Ibaneis na chapa com ela ao Senado. No entanto, Bia vê um novo cenário com Michelle numa possível candidatura nacional. Na bolsa de especulação, ela pode ser a herdeira política de Jair Bolsonaro numa vice do candidato da direita, seja Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (UB-GO) ou Tarcísio de Freitas (REP-SP). Por enquanto, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), não se firmou como candidato consistente.
Se Michelle realmente for correr risco em disputar candidatura nacional e Bia ser o segundo voto na aliança com Ibaneis, o PL do DF terá pouca valia nessa provável aliança. O puxador de votos da legenda, José Roberto Arruda, deixou o partido, o mesmo deve ocorrer com o deputado federal Alberto Fraga, que aguarda a ‘janela’ partidária para sair. Outro que está sem chão é o senador Izalci Lucas, que não sabe qual será seu caminho e espera uma definição da executiva nacional. Diante de um quadro nebuloso e de uma direita no modo ‘barata voa’, as chances de derrotar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diminuíram bastante com tantos erros.
Magela mostra força, mas aguarda a nacional
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (27) à militância do PT no Distrito Federal, o pré-candidato a governador Geraldo Magela informa que conseguiu reunir cerca de 900 assinaturas de apoio para registrar a candidatura para disputar as prévias do PT-DF. “Eu poderia ter registrado a candidatura, no entanto, não registrarei e seguirei a orientação da Direção Nacional do nosso partido.”
Adiar as prévias
O comunicado de Magela e aliados recomenda que o Diretório Distrital suspenda a realização das prévias previstas para o dia 22 de novembro. Até essa data, qualquer outra deliberação que envolva a definição de candidaturas terá que aguardar a definição do Diretório Nacional previsto no Estatuto.
À espera da sorte
O encontro do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos EUA, Donald Trump, jogou um balde de gelo no entusiasmo do bolsonarismo. Analistas acreditam que haverá uma reavaliação das estratégias adotadas até agora. A coluna perguntou ao sociólogo e cientista político Antônio Lavareda se a direita ainda tem tempo para virar o jogo contra Lula e recuperar a narrativa. “O bolsonarismo depende de dois fatores: que a recuperação da economia tropece para resgatar alguma narrativa que melhore sua sorte eleitoral. Mas não pode obviamente dizer isso publicamente.”
Ruptura Trump-Lula
Lavareda acrescenta que, se a “aproximação surpreendente entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e do brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, for interrompida por algum fator superveniente (Venezuela, talvez?), mas nesse quesito [o bolsonarismo] pode torcer – e torce – abertamente contra”.
Marconi governador
O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) observa que o texto de análise publicado na página 7, nesta segunda-feira (27), sob o título “Verba do PSDB é para federais e um deles pode ser Marconi”, não corresponde com a realidade. “Sou pré-candidato a governador de Goiás em 2026 e nenhum outro cargo. Quanto aos recursos do partido, 30% será destinado a candidatos a governador e 70% aos postulantes à vaga de federais.”
“Daniel é habilidoso” – Para o prefeito de Paraúna, Flávio Macarrão (UB), a filiação de prefeitos do PL e de outras legendas no MDB e União Brasil, “é uma demonstração do quanto Daniel Vilela é habilidoso e, assim com foi o pai, Maguito Vilela, sabe a importância dos prefeitos numa campanha politica”.