Condenado a morrer na prisão se não receber um indulto — o que o STF já afirmou não ser possível em casos de “atentado contra a democracia” —, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sai fisicamente da vida pública sem deixar um herdeiro político à sua altura. Fala-se em sua mulher, Michelle Bolsonaro, ou em um dos filhos, principalmente Eduardo Bolsonaro, que se autoexilou nos Estados Unidos. De acordo com as pesquisas, nenhum dos dois teria condições de aglutinar, além do bolsonarismo raiz, as legendas de centro e da direita moderada.

Michelle tem um teto e se encontra dentro de uma bolha evangélica, com pouca conexão com os grandes players econômicos do país. Seu capital político pode chegar a 15% do eleitorado — votos insuficientes para vencer o principal oponente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A preços de hoje, ou seja, segundo as pesquisas e os líderes dos partidos de centro e centro-direita, a ex-primeira-dama não agregaria os quase 60% dos eleitores que não querem nem Lula nem um novo “Bolsonaro”.

Diante disso, os bolsonaristas estão a cada dia se sentindo órfãos de um líder, principalmente do Capitão. Para piorar, as redes sociais alimentadas pelos mais radicais insistem na ladainha de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai “salvar Bolsonaro das garras de Alexandre de Moraes”. Essa narrativa já não convence nem o mais fiel “devoto” bolsonarista, e as manifestações sobre o assunto nas redes sociais diminuem a cada dia. Até o projeto de “anistia ampla” está em modo silencioso, e nem os congressistas tocam mais no tema. Diante desse desalento, a esperança dos conservadores está em um novo candidato da direita que possa contrapor a esquerda.

Líderes do Centrão não desistem de Tarcísio

A turma do Centrão avalia que o presidente Lula perdeu o inimigo interno, Jair Bolsonaro, e o externo, Donald Trump. Só o investimento em rede de proteção social não tem surtido efeito sem um “adversário” ideológico. Por isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sido alvo preferencial de ataques.

O PT torce para que a direita continue fragmentada, mas vê Tarcísio como o adversário a ser combatido. Afinal, ele é o único que pode unir os partidos de direita e de centro — e, por isso, os líderes do Centrão vão insistir para que ele seja o candidato à Presidência.

Volta da polarização

Sai de cena a polarização entre lulopetismo e bolsonarismo e entra uma nova, ainda mais radical. Agora, a direita assume o discurso do combate ao “narcoterrorismo”, enquanto a esquerda defende o enfrentamento do crime, mas critica ações que invadam redutos do tráfico. Pelos vídeos e opiniões que circulam nas redes sociais, essa polêmica tende a aprofundar ainda mais a divisão entre os brasileiros.

Consórcio da Paz

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), defendeu o “Consórcio da Paz”, criado por governadores de direita para combater o narcoterrorismo. Ao programa CB.Poder — uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília —, ela teceu críticas ao presidente Lula, que tem se posicionado contra a iniciativa.

“Nós, do DF, temos uma polícia especializada. Numa situação como essa, no Rio de Janeiro, é preciso ter um policiamento altamente treinado. A operação do governador Cláudio Castro deu certo porque ele usou uma polícia muito especializada naquela região”, afirmou Celina.

Pastagem e chuvas

O consultor de mercado, palestrante e produtor rural Ênio Fernandes avalia que, com o retorno das chuvas — principalmente no Cerrado —, as pastagens devem se recuperar. “Essa melhora nas pastagens pode aumentar a retenção dos pecuaristas e influenciar nos preços da arroba e do bezerro”, diz ele.

Para Fernandes, o cenário ainda está indefinido, mas nas próximas semanas será possível entender melhor os rumos da pecuária brasileira.

Geneilton obreiro

“Hoje entregamos oficialmente o trecho de 22 quilômetros da Rodovia JTI-401, uma Parceria Público-Privada (PPP). Esta obra representa desenvolvimento, segurança e mais qualidade de vida para todos que utilizam esta importante via”, disse o prefeito de Jataí, Geneilton Assis (PL).

O município está entre os mais importantes do agro goiano e representa um ativo político relevante para o senador Wilder Morais, caso ele venha a se candidatar.

Celina na frente – A pesquisa Real Time Big Data, divulgada nesta terça-feira (4), aponta a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), pré-candidata à vaga de Ibaneis Rocho (MDB) em 2026, com o dobro dos votos (40%) do principal concorrente, José Roberto Arruda (20%), seguido por Leandro Grass (15%), do PT, e Ricardo Cappelli (14%), do PSB.