Pode parecer um paradoxo, mas o bolsonarismo está mais próximo do lulopetismo que se possa imaginar. Hoje existem dois partidos verdadeiramente orgânicos no País: PT e PL, ambos centrados em figuras carismáticas e populistas. O presidente Lula é maior do que o PT, assim como Jair Bolsonaro, também é maior que o PL. As semelhanças param por ai, pois um representa o consórcio de esquerda e o outro, o conservadorismo de direita e os devotos do bolsonarismo. Cada qual em um extremo do espectro ideológico. Essa diferença tende a ser cada vez mais acentuada a partir da eleição municipal e a polarização. O PL toma a dianteira em termos de vantagens. Enquanto Lula está ‘ilhado’ nos Palácios do Alvorada, Planalto e viagens no exterior, Bolsonaro segue arrastando multidões por onde passa. Ele adotou como estratégia demonstrar apoio popular e motivar os candidatos a prefeitos e vereadores da legenda pelo País. Nesta quarta-feira (4), Bolsonaro participou do encontro regional do PL com lideranças regionais do estado, principalmente candidatos a prefeitos e vereadores. O presidente da legenda em Goiás, senador Wilder Morais acredita que será um encontro suprapartidário. “Não será só do PL, mas de todos os partidos do campo conservador e da direita. Bolsonaro deixou de ser um símbolo da maioria dos brasileiros que amam o País, principalmente em Goiás, onde ele teve maioria dos votos”.

Não é certa presença de Caiado

Aliados do senador Wilder Morais dão como certa a presença do governador Ronaldo Caiado UB no encontro regional do PL. A avaliação é que, com várias lideranças vindas do interior e de outras legendas conservadoras. O problema é que o governador tem agenda prevista em Campo Grande nesta quinta-feira (4). Pode ser que ele cancele e compareça no evento do PL.

‘Luz própria’

O cientista político e consultor em estratégias eleitoral, Paulo Kramer diz que “Michelle Bolsonaro tem ‘luz própria’ e desempenha um papel importante no fortalecimento da direita, representa e mobiliza um imenso capital político do ‘povo de Deus’ (evangélicos)”, sintetiza ele.

Não assusta

Na avaliação de petistas do Distrito Federal ouvidos pela Xadrez, cenários de pesquisas que apontam a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro empatada com o presidente Lula, caso a eleição fosse agora, não assusta. “O PT tem três anos pela frente e o governo do presidente Lula muitas obras para mostrar durante esse período”, conta um dos ouvidos.

Fôlego curto

“Michelle não terá como sustentar esses números por muito tempo, afinal, outros atores da direita vão tirar votos dela e ficar restrita ao bolsonarismo. O fôlego eleitoral dela não vai passar de disso”, avalia a fonte da coluna.

Petistas de Brasília

Se a eleição presidencial fosse hoje, e não é, você aí que acha que teve o suficiente de Lula, o inelegível estaria empatado com o atual presidente, com insignificante vantagem de 0,1%, de acordo com o Paraná Pesquisas. Jair Bolsonaro teria 41,7% e Lula, 41,6%. Só para lembrar: em pesquisa, a diferença não quer dizer nada; em disputa, ela elege. Sem poder concorrer, o marido de Michelle a tem como ativo eleitoral.

Alvoroço eleitoral

A partir desta segunda-feira (1º), as agendas de pré-candidatos a vereadores e prefeitos nos 246 municípios goianos, será de alvoroço em busca de melhores chances em relação aos concorrentes. A expectativa nas legendas UB, PL, MDB, PP, Republicanos, SD, PSD, PT e PSB é eleger o maior número de vereadores e prefeitos.