A nova pesquisa Datafolha aponta que no Brasil a quantidade de bolsonaristas aumentou e a de petistas diminuiu. E, neste momento, ambos os lados se encontram com 35% do eleitorado. Enquanto à direita, o número subiu de 31% para 35%, à esquerda, desceu de 39% para 35%. Os dados demonstram os novos parâmetros da política nacional, que vê a deterioração da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pressionar positivamente a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

As representações ideológicas que estão em disputa com a polarização sofrem com os novos processos. Nesse sentido, da mesma forma que o Lula no poder destruiu o Lula histórico, “pai dos pobres”, fomentado pela sua distância e a propaganda, o Bolsonaro no poder desidratou a sua imagem messiânica, de “salvador da pátria”, construída no período anterior ao mandato, em que se firmou como uma espécie de ‘outsider’ do sistema político daquele momento — mesmo que o ex-presidente já fizesse parte do sistema.  

Leia mais: Alterações da Lei do Marco Temporal podem trazer novas ameaças 

O fato é que a distância da administração pública real tem a característica de engrandecer o político, e isso acontece neste momento. Não somente nos setores mais radicais, mas, também, outras pesquisas têm indicado uma tendência do crescimento de Bolsonaro nos setores menos radicais. Com isso, à medida que o tempo passa, os nomes associados ao ex-presidente devem obter melhores resultados eleitorais em comparação com o Lula. Em relação aos projetos à presidência, Bolsonaro está inelegível, mas será o principal cabo eleitoral do indicado. Por outro lado, Lula ainda está no jogo. (Especial para O Hoje)