Brigas desmerecem o nível que o País espera do STF
A sessão do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira (15) rememorou os piores momentos das pessoas que, em tese, guardam a Constituição, o maior cargo da cidadania. Os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux, que têm conteúdo para discutir em bom nível, descambaram para a baixaria. A hora não poderia ser pior.
Com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, abriu-se a 3ª vaga para Lula indicar no STF neste seu 3º mandato. Tem sido uma por ano. A 1ª, em 2023, foi para seu advogado Cristiano Zanin. A 2ª, em 2024, para seu ministro Flávio Dino. Para a de agora o favorito é outro auxiliar de Lula, Jorge Messias, que numa interceptação telefônica gravada pela polícia a então presidente Dilma Rousseff chama de Bessias, para quem Lula reuniu parlamentares evangélicos na quinta-feira (16).
O STF não foi criado para o advogado do presidente, o ministro do presidente, o evangélico do presidente, não importam quem forem o advogado, o ministro, o evangélico ou o presidente. A maior Corte do País exige reputação ilibada e notável saber jurídico. É muito pouco e, ao mesmo tempo, é pedir demais quando se sabe que para integrá-la basta ser advogado do presidente, ministro do presidente ou o religioso do presidente.
Uns, como a ministra Cármen Lúcia, falam em levar uma mulher, não Bessias. Outros especificam: não basta ser mulher, tem de ser negra. Tribunal não é questão de gênero nem de etnia, mas de honestidade e alto conhecimento técnico – justamente para evitar espetáculos deprimentes como o da quarta-feira (15).