Em 2022, os candidatos a governador ligados a Bolsonaro (Ronaldo Caiado, Gustavo Mendanha, Vitor Hugo e Edigar Diniz) tiveram 3.214.067 votos ou 82,9% dos votos. Os lulistas (Wolmir Amado, Cíntia Dias, Professora Helga, Reinaldo Pantaleão e Vinícius Paixão) sofreram com 7,9% ou 275.789, pouco mais que os 254.653 da deputada Silvye Alves. Então, por que Marconi e Adriana Accorsi, ligados a Lula, vencem Daniel Vilela e estão com 3 vezes mais nas pesquisas que Wilder Morais, bolsonarista raiz? Caiado respondeu a essa pergunta com uma ação: vai lançar a governador o presidente da Assembleia, Bruno Peixoto.

A tese é simples: caiadista que não quiser Daniel, escolhe Bruno e o grupo do governo se robustece. Daniel empacou por estar fora da polarização Lula x Bolsonaro, o que enterrou Marconi para o Senado em 2018 e 2022. Bruno vai para o Agir, cujo presidente nacional veio a Goiânia ouvir essa estratégia. Boa e má notícia para Daniel. Boa: é possível que Bruno herde eleitores que estão escolhendo Marconi e Wilder, amigos de Caiado por mais tempo que o atual vice. Má: e se Bruno alcançar índices superiores aos de Daniel?

Uns do 1º escalão estadual juram que Caiado não larga Daniel. Outros lembram que Caiado é prático, esperou duas décadas (de 1994 a 2014) para chegar ao Senado e estreou como governador no ano em que completou 70. Em 2024, rifou Bruno em Goiânia por pesquisas mostrarem outro perfil. Mas ele chegou ao caiadismo antes de Daniel, trabalhou na iniciativa privada (loja da mãe e postos do pai), é chefe de um poder e tem mais que o dobro de prefeitos de Daniel (inclusive, vários do MDB). Caiado fez sua parte, falta Daniel fazer a própria