Ronaldo Caiado é o administrador público nº 1 do País, vários anos seguidos na faixa de 90% de aprovação. Para chegar a presidente da República, está enfrentando o próprio partido, o UB, um adversário mais tinhoso que Lula. A União Progressista, federação do UB com o PP, tem 144 cargos altos no Governo Federal, incluindo 4 ministérios e a presidência da Caixa Econômica, fora milhares de nomeações nos Estados. Ninguém arreda o pé. Quando Lula estava mais rebaixado que carro de playboy, Caiado era a luz, que o UB tenta apagar desde que o petista ressuscitou. Concretizada a traição da sigla, Caiado precisa decidir se sai por outro partido (nunca mudou) ou se quer voltar ao Senador (sua mulher, Gracinha, é a mais cotada).

O mal do UB pode ser pago com o bem: Caiado cresceu tanto em prestígio que alguns grupos lhe desejam algo nacional e, não sendo o Palácio do Planalto, pode ser a Câmara dos Deputados. Levaria meia dúzia com seu quociente. Ninguém vai ter coragem de chegar até ele com essa conversa, mas os argumentos são:

1) obteria a maior votação proporcional do País (algo como 700 mil votos);

2) se a direita ganhar de Lula, Caiado vira ministro da Justiça e Segurança Pública para se firmar como o xerife do Brasil, eleito presidente em 2030;

3) se a esquerda continuar no poder, será presidente da Câmara, 1º após o vice na linha sucessória de presidente da República.

Idade não seria problema, pois os 80 de hoje são os 60 do século XX. Daniel Vilela é 34 anos mais novo e não tem a vitalidade de Caiado. O governador é mistura de Usain Bolt com maratonista, tão lépido e resistente que a equipe se reveza para dar conta de seu pique.