Clima impacta logística no Arco Norte, mas volumes embarcados ainda crescem
Mesmo de forma pontual, na avaliação de alguns, ou algo mais severa, na versão de outras fontes, a seca que atingiu a região Norte no ano passado interferiu, ainda que momentaneamente, nos volumes de grãos transportados por empurradores e barcaças o longo das hidrovias do chamado Arco Norte, afetando o fluxo de cargas e levando […]
Mesmo de forma pontual, na avaliação de alguns, ou algo mais severa, na versão de outras fontes, a seca que atingiu a região Norte no ano passado interferiu, ainda que momentaneamente, nos volumes de grãos transportados por empurradores e barcaças o longo das hidrovias do chamado Arco Norte, afetando o fluxo de cargas e levando tradings e embarcadores a desviar parte dos carregamentos em direção ao porto de Santos. Essa tendência chegou a ser observada já no ciclo final de escoamento da safra, com a estiagem atingindo severidade mais dramática em outubro passado. De toda forma, as exportações de milho e soja pelos terminais portuários instalados acima do paralelo 16° chegaram a superar os números de 2022, como mostram os dados consolidados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Segundo Elisângela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão de Logística e Infraestrutura da entidade, os volumes de soja e milho desembaraçados a partir dos terminais portuários do Arco Norte até cresceram, saindo de 52,3 milhões em 2022 para 61,7 milhões de toneladas no ano seguinte, num avanço ao redor de 18,0%. Mas o crescimento foi mais intenso em Santos, que movimentou perto de 61,8 milhões de toneladas no ano passado frente a 46,8 milhões de toneladas no ano anterior, saltando 32%.
A participação do complexo portuário santista nas exportações brasileiras dos complexos soja e milho elevou-se de pouco mais do que 32% para praticamente 34%, enquanto o Arco Norte reduziu sua fatia de 36% para 33,8%. A partir 2020, os volumes despachados pelos terminais em operação nas regiões Norte e Nordeste passou a superar a movimentação em Santos, situação não verificada no ano passado, presumivelmente como consequência da seca.
Dados preliminares
Nos registros da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), nos primeiros 11 meses de 2023, as declarações de embarque sugerem que as exportações de milho e soja pelo Arco Norte, considerando apenas os grãos destinados ao mercado internacional, teriam alcançado perto de 56,2 milhões de toneladas, em torno de 12,0% maiores do que as exportações realizadas nos 12 meses de 2022, levemente inferiores a 50,2 milhões de toneladas. As exportações de milho e soja pelos terminais do Centro-Sul, na mesma medida, avançaram com maior vigor, saindo de 72,3 milhões para pouco menos de 90,5 milhões de toneladas, em alta de 25,0%. “A busca de portos em outras regiões, principalmente Santos, também foi uma alternativa para escoar a produção”, avalia Maria Fernanda Hijjar, sócia executiva do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos).
Balanço