Com corte de despesas correntes, superávit triplica no 1º bimestre
Os resultados de um único bimestre podem não dizer muito sobre como deverá ser o restante do ano fiscal, mas podem sugerir os caminhos que a administração estadual planejou seguir daqui até o final de 2024, com eleições municipais adiante e uma campanha presidencial já antecipadamente deflagrada. Um roteiro que poderá ainda sofrer alterações, caso […]
Os resultados de um único bimestre podem não dizer muito sobre como deverá ser o restante do ano fiscal, mas podem sugerir os caminhos que a administração estadual planejou seguir daqui até o final de 2024, com eleições municipais adiante e uma campanha presidencial já antecipadamente deflagrada. Um roteiro que poderá ainda sofrer alterações, caso sobrevenham surpresas maiores – como uma indesejável desaceleração das receitas, a exemplo do cenário observado em março último.
Segundo a edição mais recente do relatório resumido da execução orçamentária estadual, já disponível no portal Goiás Transparente, o governo optou, nos dois primeiros meses deste ano, por aplicar um arrocho nas despesas correntes, excluídos gastos com a folha de pessoal, e acelerar fortemente o investimento, mais do que triplicando, ao mesmo tempo, o chamado superávit primário – a diferença entre receitas e despesas, sem incluir gastos com juros e amortizações.
O desempenho das receitas primárias, turbinadas pelas transferências correntes, pela arrecadação própria de impostos e contribuições e por receitas do regime próprio da Previdência Social (RPPS, o sistema previdenciário dos servidores estaduais), favoreceu os resultados positivos acumulados no primeiro bimestre. Na soma total, o Estado registrou a entrada de praticamente R$ 6,834 bilhões no primeiro bimestre deste ano, diante de uma receita primária próxima a R$ 6,041 bilhões nos mesmos dois meses de 2023, resultando em um ganho de R$ 792,300 milhões em valores arredondados, com alta nominal de 13,11% no período (sem descontar a inflação).
Despesa estagnada
As despesas primárias totais pagas, incluindo restos a pagar processados e não processados também pagos e excluídos juros e amortizações, virtualmente não saíram do lugar, flutuando de R$ 5,753 bilhões para R$ 5,756 bilhões entre os dois meses iniciais do ano passado e igual intervalo deste ano. Apenas para dar números mais detalhados, a variação ficou limitada a 0,05%, correspondendo a um acréscimo modestíssimo de R$ 2,701 milhões. Como mostram os dados, as receitas superaram as despesas, sempre no conceito primário, por uma diferença muito próxima a R$ 1,078 bilhão em apenas dois meses (lembrando que o resultado primário acumulado nos 12 meses do ano passado havia se aproximado de R$ 1,830 bilhão). Na comparação com os dois primeiros meses de 2023, quando o superávit primário havia atingido R$ 287,939 milhões – o que significa dizer que o saldo aumento nada menos do que 274,22% neste ano.
Balanço