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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Consultas ao BNDES avançam 46% no terceiro trimestre em Goiás

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 20 de novembro de 2025
BNDES
Foto: Divulgação/BNDES

A intenção de investimentos do empresariado goiano parece ter ganhado maior fôlego no terceiro trimestre deste ano, com crescimento tanto na comparação com os três meses imediatamente anteriores quanto em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado. Esse movimento fez avançar também o número acumulado nos nove meses iniciais de 2025. O comportamento mais recente das consultas submetidas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), primeiro passo no processo de contratação de financiamentos do banco de fomento, reverte a tendência mais baixa observada no início deste ano e ao longo de 2024, sinalizando uma possível retomada dos investimentos privados, caso os projetos apresentados se convertam em operações efetivas.

No segundo trimestre, o salto de 100,6% frente ao mesmo período de 2024 se concentrou em maio, quando as consultas multiplicaram por cinco, saindo de R$ 272,5 milhões para R$ 1,365 bilhão — equivalentes a 68,7% do total apresentado ao BNDES naquele trimestre. Já no terceiro trimestre, houve uma distribuição mais equilibrada mês a mês, com o valor total alcançando R$ 2,299 bilhões, alta de 46% em relação ao R$ 1,575 bilhão do mesmo trimestre do ano passado e 15,7% acima do segundo trimestre deste ano.

Em parte, essa reação pode ser explicada pela base fraca de comparação, já que as consultas haviam caído 28,4% no terceiro trimestre de 2024. A recomposição agora, porém, é apenas parcial: embora o número nominal tenha crescido 4,48% em relação a 2023, houve queda real de pouco mais de 5,4% após a inflação.

Queda revertida

Os dois últimos trimestres foram suficientes para reverter o tombo de 66,1% observado entre janeiro e março deste ano, quando o total de consultas despencou de R$ 1,292 bilhão (no 1º trimestre de 2024) para apenas R$ 473,4 milhões. Esse movimento de retração vinha desde o final do ano passado, quando o quarto trimestre registrou queda de 78,9%, levando o acumulado de 2024 a fechar com redução de quase 49% frente a 2023.

Somente em setembro deste ano, empresas já instaladas em Goiás — ou com planos de se instalar no Estado — apresentaram ao banco propostas que somaram R$ 893,271 milhões, correspondentes a quase 39% de todo o volume do terceiro trimestre.

Balanço

• Na comparação com setembro do ano passado (R$ 443,173 milhões), o volume de consultas mais que dobrou, com alta de 101,57% — alcançando os R$ 893,271 milhões. Diferentemente dos trimestres anteriores, o acumulado de julho a setembro já crescia 17,6% frente ao mesmo período de 2024.

• Entre janeiro e setembro, os projetos submetidos ao BNDES somaram R$ 4,725 bilhões, aumento de 22,47% sobre os R$ 3,858 bilhões registrados nos primeiros nove meses do ano anterior — um acréscimo de R$ 886,785 milhões. No mesmo comparativo, 2024 tinha registrado queda de 40,4% em relação a 2023.

• Para superar o recorde nominal de 2023 (R$ 9,359 bilhões), seria necessária uma forte aceleração no final do ano. Comparando-se apenas os nove meses iniciais de 2025 e 2023, ainda há recuo de 27,1%.

• A retomada tem sido liderada por micro e pequenas empresas, que apresentaram R$ 1,361 bilhão em consultas entre janeiro e setembro — 28,8% do total, acima dos 21,95% do mesmo período do ano passado. As consultas desse segmento cresceram 60,68% (R$ 514 milhões), respondendo por 58% do crescimento total das consultas em Goiás.

• As médias empresas vêm em seguida, com R$ 1,816 bilhão (38,4% do total), alta de 25% frente a R$ 1,453 bilhão no ano anterior. Assim, micro, pequenas e médias elevaram sua fatia de 59,6% para 67,2%. As grandes empresas, ao contrário, reduziram ligeiramente suas consultas: queda de 0,64%, de R$ 1,557 bilhão para R$ 1,547 bilhão.

• Entre os setores, comércio e serviços lideraram, com consultas mais que dobrando (de R$ 699 milhões para R$ 1,422 bilhão, alta de 103,4%). A indústria aparece na sequência, com aumento de 25,3% (de R$ 1,117 bilhão para R$ 1,400 bilhão). Já agropecuária e infraestrutura recuaram 6,2% e 7,9%, respectivamente — de R$ 1,303 bilhão para R$ 1,222 bilhão no agro e de R$ 738 milhões para R$ 680 milhões na infraestrutura.

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