O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

domingo, 24 de novembro de 2024
PublicidadePublicidade

Consultas ao BNDES saltam 87,6% puxadas por projetos de infraestrutura

A intenção futura de investimento na economia aparentemente ganhou fôlego ao longo do ano passado, conforme sugerem os dados das consultas encaminhadas pelas empresas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa comparação, de toda forma, deve ser considerada com alguma cautela diante dos níveis historicamente baixos registrados nesta área nos últimos anos. […]

A intenção futura de investimento na economia aparentemente ganhou fôlego ao longo do ano passado, conforme sugerem os dados das consultas encaminhadas pelas empresas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa comparação, de toda forma, deve ser considerada com alguma cautela diante dos níveis historicamente baixos registrados nesta área nos últimos anos. Num dado adicional e nada desprezível, o desempenho vigoroso das consultas esteve associado ao salto no valor das consultas relacionadas a projetos de investimento no setor de infraestrutura e, dentro do mesmo setor, com destaque para o segmento de atividades auxiliares dos transportes.Em valores correntes, o valor das consultas saltou de R$ 144,330 bilhões para R$ 270,761 bilhões entre 2022 e 2023, num crescimento nominal de 87,60%. Descontada a inflação, o avanço atingiu 79,78% depois de ter avançado 8,76% em 2022. Para relembrar, as consultas naquele ano haviam representado menos de um terço, em valores reais, do que os valores registrados em 2014, quando as consultas haviam alcançado R$ 404,484 bilhões. Há um longo caminho ainda a ser percorrido caso o País pretenda reeditar os níveis de investimento em 2013 e 2014. O dado do ano passado, novamente limitado às consultas, significa uma queda de 32,1% frente ao recorde histórico atingido em 2014 (mas também corresponde ao maior valor na série desde aquele ano, quase uma década atrás).Goiás respondeu por 3,46% do total das consultas registradas pelo BNDES em todo o País no ano passado, o que se compara com uma participação de 2,88% em 2022, refletindo um aumento nominal de 125,49% entre um ano e outro. Em dados não atualizados, as consultas realizadas pelas empresas goianas subiram de R$ 4,150 bilhões para quase R$ 9,359 bilhões. Aqui, cabem as mesmas ponderações devido ao desempenho nada expressivo dos projetos de investimento nos anos anteriores. Tudo considerado, no entanto, os dados indicam uma recuperação a ser melhor avaliada mais à frente, a depender dos próximos números.Novos ventos?O avanço das consultas no ano passado foi liderado pelo setor de infraestrutura, que elevou o valor dos projetos submetidos à análise do BNDES de R$ 59,255 bilhões em 2022 para R$ 126,155 bilhões, num salto de 112,90% em termos nominais (algo como 104,55% depois de descontada a inflação do período). Isso significa que o setor sozinho respondeu por 52,91% do crescimento registrado pelo total das consultas no País. Empresas que atuam no segmento de atividades auxiliares dos transportes apresentaram ao banco de fomento propostas para financiar um total de R$ 38,363 bilhões em novos projetos, correspondendo a 30,41% das consultas no setor de infraestrutura. Na comparação com 2022, quando sua participação no setor havia sido de apenas 3,13%, somando propostas de R$ 1,855 bilhão, as consultas para atividades auxiliares dos transportes aumentou pouco mais de vinte vezes, o que explicou mais da metade (54,57%) do aumento experimentado pelas consultas em infraestrutura.Balanço

  • Ainda na área de infraestrutura, as consultas no setor de energia elétrica avançaram de R$ 17,232 bilhões para R$ 31,533 bilhões, em números aproximados, em alta nominal de 82,99% (ou 76,43% depois de descontada a inflação). Proporcionalmente, no entanto, o grande destaque nesta área ficou para o setor de transporte ferroviário, que teve aprovada recentemente a possibilidade de realização de projetos apenas com autorização do poder concedente (no caso, a Agência Nacional de Transporte Terrestre, a ANTT).As consultas no setor de ferrovias dispararam de R$ 709,579 milhões para R$ 15,553 bilhões, praticamente 22 vezes mais, num salto de 1.996,65% em termos reais. Ainda que em valores mais elevados, as consultas no segmento de transporte rodoviário tiveram desempenho mais modesto, com variação nominal de 39,69% (numa alta de 33,61% depois de descontada a inflação). A valores correntes, os projetos no setor rodoviário somaram R$ 22,457 bilhões no ano passado, saindo de R$ 16,076 bilhões em 2022.O crescimento experimentado pela indústria extrativa parece ter estimulado os projetos nesta área, com o valor das consultas escalando de apenas R$ 315,186 milhões para pouco mais de R$ 9,648 bilhões, num salto de 2.961%. Na indústria de transformação, as consultas subiram de R$ 28,361 bilhões para R$ 50,431 bilhões, correspondendo a uma variação de 77,82%. A principal influência veio do segmento “outros equipamentos de transporte”, com alta de 216,30% nas consultas, que dispararam de R$ 4,899 bilhões para R$ 15,497 bilhões.Ao contrário das tendências indicadas pelos desembolsos e aprovações concedidas pelo BNDES, as consultas experimentaram uma desconcentração quando considerados o porte das empresas. Micro, pequenas e médias empresas, em conjunto, explicaram dois terços do crescimento do total das consultas (mais precisamente, 63,53%), com a contribuição das grandes empresas limitada a 36,46%. Proporcionalmente, as microempresas alcançaram o maior crescimento ao apresentarem ao BNDES projetos no valor de R$ 61,420 bilhões diante de R$ 14,297 bilhões em 2022, representando um salto de 329,61%. Sozinhas, as microempresas responderam por 37,27% do aumento observado para o total das consultas, o que elevou sua participação de 9,91% para 22,68%.No caso das pequenas empresas, as consultas aumentaram 81,13% em termos nominais, saindo de R$ 27,175 bilhões para R$ 49,223 bilhões, enquanto as médias elevaram as propostas de investimento de R$ 34,174 bilhões para R$ 45,331 bilhões, algo como 32,65% a mais. Entre as empresas de maior porte, as consultas registraram elevação de 67,12%, saindo de R$ 68,684 bilhões para R$ 114,786 bilhões, enquanto sua participação no total recuou de 47,59% para 42,39%.

  • Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
    Veja também