Crime é tão organizado que tem drones que a Polícia deve comprar
Imagine que você trabalha em serviço pesado em Goiatuba e mora em Itumbiara, a média do que o carioca pobre percorre. O ônibus é impedido de acessar porque a facção local, em guerra com a vizinha, fez barricada. Você desce e vai para casa a pé. Não somente hoje. Todo dia. Há muitos anos. Assim vivem 113 mil brasileiros que moram nos complexos da Penha (59 mil, quase uma Cristalina) e do Alemão (54 mil, mais que em Inhumas). Lembre-se: lá o caminhante está subindo ou descendo, nada é plano, atravessando Itumbiara a pé. Finalmente e até que enfim, a Polícia do Rio de Janeiro encarou o monstro, que a estava aguardando, afinal, tem olhos no céu: os drones. Por que as forças de segurança não sabiam disso? Porque, como as demais do Brasil, sua tecnologia ainda vive na época do cassetete.
Em vez de concurso para as Guardas, as prefeituras deveriam adquirir drones e câmeras de última geração. O patrulhamento entre nações há décadas é via satélite. Nas ruas, a ronda pode ser feita por drones e câmeras transmitindo ao vivo 24h para grupos de WhatsApp ou Telegram – se o Comando Vermelho exibe um arsenal daqueles, as Polícias devem adquirir imediatamente. O patrulhamento tecnológico é eficaz. Poupa dinheiro e vidas.
Talvez seja prescindível a ostentação do crime realmente organizado, que armou os drones com bombas. Aqui foram citados municípios de porte médio, mas até nas menores existe marcação de território. Pichações em placas de rodovias e muros nas ruas com as siglas das facções avisam quem domina aquele bairro ou cidade – ou gostaria de dominar, porque a PM goiana não brinca, ela serve e protege m-e-s-m-o.