Coluna

“Democracia intacta” ajuda Lula a manter polarização

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 09 de janeiro de 2024

O ato desta segunda-feira (8) para lembrar a depredação dos prédios dos Três Poderes é justo e tem um papel pedagógico na defesa da democracia e a pluralidade de ideias que marcam a evolução de um país. Mas nem tudo saiu como o núcleo pensante do lulopetismo imaginava. Era para ser uma unanimidade entre os entes federativos e os Três Poderes de um modo geral, mas a ausência de 13 governadores e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), tirou o caráter de “união dos brasileiros”, como imaginavam o STF e os cabeças pensantes do PT. Mesmo com todo o aparato de segurança da massificação na mídia, o ato “democracia restaurada”, ou como prefere Lula, “democracia intacta”, teve mais repercussão entre jornalistas, veículos de comunicação, cúpula da Justiça e na esquerda do que entre a população. Foi mais um ato simbólico e ausente de povo. Assim, Lula e associados terão que fazer um grande esforço para transformar este evento em uma ode à democracia. Se prevalecer o conceito que serviu mais para turbinar a eleição municipal petista do que sensibilizar os brasileiros, Lula e a esquerda, de um modo geral, vão precisar mais do que uma ode democrática para se enquadrar no figurino de pacificadores. Por enquanto, ele governa pregando que a democracia somos nós, ou seja, o PT e associados. Nesse roteiro, o ato “democracia intacta” tende a servir mais ao PT e Lula no acirramento da polarização do que em pacificar o País. Fica a sensação de que Lula não sabe fazer política sem ter um sparring enfraquecido para mostrar vitalidade de poder. Neste momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o oponente que sangra na arena de Lula.

Democracia para a elite e sem povo

A esquerda brasileira e o PT em particular sempre construíram suas narrativas evidenciando o povo como beneficiário direto do esforço “progressista” para a inclusão de todos. Mas, na prática, não funciona assim e o ato “democracia intacta” mostrou isso. Foi restrito a uma elite, com 500 convidados e um aparato de segurança que lembra tudo, menos uma celebração pela democracia.

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Caça ao bolsonarismo

O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou nesta segunda-feira (8) a Polícia Federal (PF) a desencadear a 23ª fase da operação ‘Lesa Pátria’, que tem como objetivo alcançar os bolsonaristas que participaram financiado os atos de 8 de janeiro de 2023. Coincidência ou não, a ação da PF mereceu destaque na mídia por conta do ato pela “democracia intacta”. Recado direto aos bolsonaristas.

Mangão no podium

Pesquisas feitas no final do ano passado mostram o prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão (PL), com uma média de 80% de aprovação na gestão municipal. De acordo com o deputado estadual e líder do governo de Ronaldo Caiado na Alego, Wilder Cambão, “é o prefeito que mais busca recursos para o município, tanto de emendas parlamentares quanto de parcerias com os governos federal e de Goiás”.

Desafio Marconi

Marconi Perillo vai enfrentar seu primeiro desafio à frente do PSDB nacional: enquadrar os ‘rebeldes’ tucanos de São Paulo comandados provisoriamente pelo atual presidente da legenda paulista, Paulo Serra. O problema é que Paulo resiste em fazer uma convenção estadual para renovar o diretório. Marconi vai ter que intervir e, ao mesmo tempo, evitar mais uma racha entre os tucanos.

Nem só de apagão…

… vive a empresa Equatorial, fornecedora de energia em Goiás. Ela entregou, durante o ano de 2023, 11 projetos de eficiência energética em Goiás, somando investimentos de aproximadamente R$ 8 milhões e que representam 4.870 MWh/ano de economia de energia nas contas do Governo do Estado, prefeituras e instituições beneficiadas. (Especial para O Hoje)