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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Dependência chinesa explica tombo de 38% no saldo comercial do Estado

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 9 de abril de 2024
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Os resultados da balança comercial de Goiás no primeiro trimestre deste ano deixam mais evidentes os riscos envolvidos na dependência desenvolvida nos últimos anos em relação ao mercado chinês. Evidentemente, o problema não é a China, mas a dependência propriamente, qualquer que seja a região do globo. Esse tipo de relação acaba produzindo uma acomodação das políticas comerciais, reduzindo ou entorpecendo os esforços para a prospecção de novos mercados e consequente diversificação da pauta comercial.

Nos três primeiros meses deste ano, as exportações goianas registraram queda de 17,26% em relação ao mesmo período do ano passado, caindo de US$ 2,902 bilhões para US$ 2,401 bilhões – de toda forma, foi o terceiro maior valor da série histórica, iniciada em 1997. As importações, por sua vez, avançaram de US$ 1,236 bilhão para US$ 1,367 bilhão, num incremento de 10,57%, atingindo o segundo maior valor da série. Em dólares, enquanto as exportações “perderam” US$ 500,969 milhões, a importações “ganharam” US$ 130,640 milhões, impondo uma redução de US$ 631,609 milhões no saldo comercial goiano.

O superávit comercial do Estado com o restante do mundo, quer dizer, a diferença entre exportações e importações, despencou 37,92% entre os primeiros três meses de 2023 e igual período deste ano, caindo de praticamente US$ 1,666 bilhão para US$ 1,034 bilhão. A despeito do tombo registrado, foi o terceiro maior saldo na série estatística do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), num resultado influenciado pela China, que também exerceu papel relevante nos rumos das exportações e das importações goianas ao longo do período.

Dois lados da balança

A balança comercial do Estado com a China manteve-se ainda positiva, mas o saldo ficou menor, reagindo a um encolhimento das exportações goianas para aquele mercado e um avanço das vendas chinesas com destino a Goiás. Os dados do Mdic mostram que Goiás exportou algo próximo a US$ 1,088 bilhão para aquele destino asiático, o que correspondeu a uma retração de 29,84% frente a exportações de US$ 1,550 bilhão no acumulado dos primeiros três meses do ano passado, correspondendo a uma redução de US$ 462,555 milhões. Para dar uma dimensão desses movimentos, a queda das vendas externas para a China foi responsável por 92,33% da redução das exportações goianas totais, enquanto a participação chinesa nas vendas externas estaduais recuou de 53,42% para 45,30%. As importações da China para Goiás, embora tenham representado 19,07% das compras externas totais realizadas pelo Estado até março deste ano, desempenharam papel decisivo, já que experimentaram um salto de 51,37% e essa variação contribuiu com 67,72% para o aumento das compras externas totais de Goiás.

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