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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Dependência chinesa explica tombo de 38% no saldo comercial do Estado

Os resultados da balança comercial de Goiás no primeiro trimestre deste ano deixam mais evidentes os riscos envolvidos na dependência desenvolvida nos últimos anos em relação ao mercado chinês. Evidentemente, o problema não é a China, mas a dependência propriamente, qualquer que seja a região do globo. Esse tipo de relação acaba produzindo uma acomodação […]

Os resultados da balança comercial de Goiás no primeiro trimestre deste ano deixam mais evidentes os riscos envolvidos na dependência desenvolvida nos últimos anos em relação ao mercado chinês. Evidentemente, o problema não é a China, mas a dependência propriamente, qualquer que seja a região do globo. Esse tipo de relação acaba produzindo uma acomodação das políticas comerciais, reduzindo ou entorpecendo os esforços para a prospecção de novos mercados e consequente diversificação da pauta comercial.

Nos três primeiros meses deste ano, as exportações goianas registraram queda de 17,26% em relação ao mesmo período do ano passado, caindo de US$ 2,902 bilhões para US$ 2,401 bilhões – de toda forma, foi o terceiro maior valor da série histórica, iniciada em 1997. As importações, por sua vez, avançaram de US$ 1,236 bilhão para US$ 1,367 bilhão, num incremento de 10,57%, atingindo o segundo maior valor da série. Em dólares, enquanto as exportações “perderam” US$ 500,969 milhões, a importações “ganharam” US$ 130,640 milhões, impondo uma redução de US$ 631,609 milhões no saldo comercial goiano.

O superávit comercial do Estado com o restante do mundo, quer dizer, a diferença entre exportações e importações, despencou 37,92% entre os primeiros três meses de 2023 e igual período deste ano, caindo de praticamente US$ 1,666 bilhão para US$ 1,034 bilhão. A despeito do tombo registrado, foi o terceiro maior saldo na série estatística do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), num resultado influenciado pela China, que também exerceu papel relevante nos rumos das exportações e das importações goianas ao longo do período.

Dois lados da balança

A balança comercial do Estado com a China manteve-se ainda positiva, mas o saldo ficou menor, reagindo a um encolhimento das exportações goianas para aquele mercado e um avanço das vendas chinesas com destino a Goiás. Os dados do Mdic mostram que Goiás exportou algo próximo a US$ 1,088 bilhão para aquele destino asiático, o que correspondeu a uma retração de 29,84% frente a exportações de US$ 1,550 bilhão no acumulado dos primeiros três meses do ano passado, correspondendo a uma redução de US$ 462,555 milhões. Para dar uma dimensão desses movimentos, a queda das vendas externas para a China foi responsável por 92,33% da redução das exportações goianas totais, enquanto a participação chinesa nas vendas externas estaduais recuou de 53,42% para 45,30%. As importações da China para Goiás, embora tenham representado 19,07% das compras externas totais realizadas pelo Estado até março deste ano, desempenharam papel decisivo, já que experimentaram um salto de 51,37% e essa variação contribuiu com 67,72% para o aumento das compras externas totais de Goiás.

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