O tema da discussão é a modinha de deixar suplente usufruir do mandato. As vitórias de Márcio Corrêa em Anápolis e Maycllyn Carreiro em Morrinhos são repetidas como mantra. Só teriam ganhado as prefeituras após a chance na Câmara dos Deputados e na Assembleia, respectivamente.

Nos períodos de PMDB (1983/1998) e Marconi Perillo (1999/2018), os rejeitados nas urnas eram acolhidos pelo governo nas secretarias. Ronaldo Caiado acabou com essa farra, que foi transferida para a Assembleia, que teve a onerosa ideia de multiplicar os cargos de direção para abrigar derrotados (em ohoje.com.br tem várias histórias de como o Legislativo fez para ter mais comissionados que o Estado e mais 1º escalão que o governo).

Os deputados estão alertando uns aos outros com frases parecidas com o conselho de D. João ao filho Pedro I: “Põe a coroa sobre tua cabeça antes que um aventureiro lance mão dela”. Traduzindo: cuida da tua cadeira, pois quem apodera pode gostar tanto que vai fazer de tudo para ficar ali a partir de 2017.

Rubens Marques, que transpirou sangue para conseguir voto depois que Caiado tirou Lincoln Tejota da vice, demorou a voltar e agora quase cede a vaga para ser sepone (secretário de coisa nenhuma) de Sandro Mabel em Goiânia. Rubão acordou a tempo. Assumiria Álvaro Guimarães, traído em 2019, mas concorrente do Panelão do Gugu em Itumbiara e região.

Foram premiadas também duas de Formosa que largaram o PL para seguir o governo, a prefeita Simone Ribeiro e a delegada Fernanda Flores. Oposição emagrece, situação engorda e o voto é a única caneta bariátrica: o eleitorado odeia em quem despreza o cargo a ponto de inventar doença para que outro assuma.