Coluna

Desafio de Daniel na montagem do quebra cabeça de sua base política

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 28 de agosto de 2023

Um dos maiores desafios para o governante de turno, é manter sua base de sustentação política unida, feito que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) conseguiu a partir de sua vitória ao governo em 2018 e mantém até agora. No entanto, a eleição municipal de 2024, demonstra que esse cenário é de “casa que tem muitas bocas com fome [de poder] e pouco pão”. É nesse terreno pantanoso que o vice-governador e presidente regional do MDB, Daniel Vilela emerge como candidato natural ao governo em 2026. Por sua vez, Caiado busca construir sua candidatura à Presidência da República. Esse objetivo, limita um pouco sua atuação em arbitrar divergências paroquiais, missão que recai em Daniel Vilela. Sem Caiado para galvanizar os interesses de grupos da base, principalmente MDB e União Brasil, a tarefa é desafiadora. Em rápido apanhado dessas contendas mais visíveis como Rio Verde, Anápolis, Goianésia, Mineiros, Cristalina, Senador Canedo e Catalão, municípios estratégicos para o eleito a governador em 2026. Caso perdure as divergências, o bom senso político recomenda passar ao largo, principalmente Caiado, que precisa de todas as siglas para alavancar seu projeto à Presidência da República. Por sua vez, Daniel tem exercitado o diálogo e evitado “colocar o pé na porta” no sentido de forçar alianças. Ele sabe que, se esticar muito a corda, o PL comandado pelo senador Wilder Morais está à espreita. Afinal o eleitorado goiano é de maioria conservadora, centro-direita e direita. Não à toa, que o governador Caiado navega em números superlativos em aprovação de seu governo. Diante desse quadro, o racha dentro da base não é descartado, pois o cidadão-eleitor não precisa ir longe no espectro ideológico para escolher candidato a prefeito, seja ele do MDB, União Brasil, Republicanos e PP vão seguir Caiado. Quanto a escolha para governador,  muda de configuração, tanto pode ser Daniel quanto Wilder Morais.

Base em Cristalina rachou

Exemplo emblemático dessa dicotomia paroquial, é Cristalina, município estratégico do chamado Entorno Sul de Brasília. O prefeito, Daniel Vaz (União) apoia seu fiel escudeiro, o vereador Jean Eustáquio (MDB) como candidato da base. Enquanto isso, o seu vice, o médico Luís Otávio (de malas prontas para o PL) é um forte candidato, apoiado pela maioria do agro.

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Terra bolsonarista

Assim como Rio Verde, o agro de Cristalina é de direita e conta com bolsonaristas raiz, ativo que faz a diferença na escolha do candidato. Mesmo com o apoio do deputado federal, Célio Silveira (MDB), Daniel está ‘engessado politicamente’ com o MDB já que ele pretende disputar vaga de deputado em 2026.

Gugu escudeiro

“Poucos deputados na Alego defendem a gestão do governador Caiado como eu. Enfrento a oposição movido por convicções e reconhecimento ao seu trabalho no Estado”, disse Gugu Nader (Agir) à Xadrez.

“Não escolho ou…

…temo adversários, seja qual for. O que peço ao governador é que deixe a questão política de Itumbiara ser resolvida no voto, mano a mano entre eu e o prefeito Dione Araújo”

Major Davi mudou

O ex-vereador de Jataí, Major Davi Pires (Patriotas) mudou seu domicílio eleitoral para Aparecida do Rio Doce, onde tem raízes familiares e negócios. Estimulado por amigos e lideranças do município, quer desbancar o prefeito, Edy Carlos Gonçalves, conhecido como ‘Bodão’.

Jeito de vice

Pela aparição nas mídias sociais na defesa da gestão do prefeito de Águas Lindas, Dr Lucas Antonietti (Podemos), o presidente da Câmara de Vereadores, Everaldo Veículos (PSB) está com jeito de pleitear a vaga de vice em 2024.

ANTT insensível

Everaldo ocupou a tribuna da Cãmara e fez um discurso de protesto contra o que ela chama de aumento abusivo das passagens de ônibus. “Muito além da inflação que, neste ano, deve chegar a 4% enquanto as passagens subiram 13% em maio e agora 15%. Não podemos ficar à mercê da insensibilidade da ANTT”, protesta Everaldo.