Coluna

Desafios de Caiado na montagem do 2º governo

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 05 de outubro de 2022

A partir de 1º de janeiro de 2023, o segundo mandato do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) terá desafios a perder de vista. Dois se destacam logo de início: como agasalhar tantos interesses de aliados políticos sem magoar alguns e dar continuidade às conquistas dos últimos quase quatro anos de gestão? Agora não tem o desafio de organizar os processos de gestão e ao mesmo tempo equilibrar o descompasso fiscal, mas tem a ‘camisa de força’ do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Este pêndulo sobre a cabeça do governador, vai exigir muita habilidade política e determinação da equipe para construir o ‘modelo Caiado de governar’. A marca de bom gestor focado no desenvolvimento econômico e numa rede de proteção social eficiente, será determinante na construção da estrada rumo à disputa pela presidência da República em 2026. O sucesso desta estratégia passa pela escolha dos novos auxiliares com perfis político e técnico. Não tem mais espaço para repetir o modelo centrado no governador, sob risco de fazer o mais do mesmo. Caiado precisa de uma marca que o diferencia dos inquilinos anteriores do Palácio das Esmeraldas. Ele sabe disso e provou ser avesso ao personalismo midiático, mas vai precisar de uma comunicação política eficiente e não só institucional.

Marca do social

A primeira-dama Gracinha Caiado pilotou a rede de proteção social do governo Caiado e teve papel destacado na reeleição, portanto, credenciada a ser o cartão de visita desta área no segundo mandato. Ao anunciar um “Banco Central dos pobres” para atender o andar de baixo da pirâmide social, ele reconhece a importância que Gracinha Caiado teve na inclusão de pessoas que poucas vezes foram atendidas pelo poder público.

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Dois caminhos

Outro desafio é a construção de estratégias para, caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito, manter pontes com o governo que não nutre muita simpatia pelo agro empresarial, setor vital da economia goiana. Se for Jair Bolsonaro (PL) o caminho será mais fácil já que Caiado conta com muitos aliados bolsonaristas.

Conexão Congresso

Na trajetória do segundo governo, Caiado terá que manter um constante diálogo com as forças do centro democrático e direita que vão dominar o Congresso. Para tanto, necessita de uma assessoria parlamentar junto à bancada goiana na Câmara e no Senado em conexão direta com o governador. Não poderá ter apenas relatos dos aliados, mas também bastidores do serpentário político.

Lêda guerreira

Goste ou não da deputada estadual e agora eleita para federal, Lêda Borges (PSDB), mas a maioria concorda: ele é uma guerreira. Sem ter nenhum apoio de prefeitos, poucos recursos e adversários poderosos, chega ao Congresso na condição de única representante tucana de Goiás e a primeira mulher eleita para a Câmara Federal representando o Entorno e Valparaíso.

Ibaneis é Bolsonaro

Havia um suspense se o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) iria apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Acabou o mistério: ele anunciou nesta terça-feira (4) que caminha ao lado de Bolsonaro.

Movimentação

Começa o alarido sobre os possíveis concorrentes a disputar a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Nos bastidores, os nomes de Lincoln Tejota e Vrmondes Cruvinel Filho, ambos do União Brasil sãos os mais ventilados.