Desemprego em Goiás chega ao menor nível em quase 12 anos
O avanço do emprego formal, com participação mais destacada de ocupações que demandam alguma qualificação adicional, especialmente na indústria de transformação, contribuiu para reduzir o total de pessoas desocupadas no Estado no segundo trimestre deste ano, derrubando a taxa de desemprego para o seu nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2013.
Segundo a edição trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) em Goiás, divulgada na sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população ocupada atingiu recorde na série histórica iniciada em 2012, embora tenha demonstrado alguma desaceleração no ritmo de crescimento. O total de desocupados, por sua vez, foi o menor desde o trimestre final de 2014.
A taxa de desocupação havia avançado ligeiramente para 5,3% no primeiro trimestre deste ano, depois de alcançar 5,2% no segundo trimestre do ano passado, mas caiu para 4,4% entre abril e junho deste ano, ficando acima apenas da taxa de 3,9% registrada nos três últimos meses de 2013. O número de desempregados, da mesma forma, chegou a subir de 211 mil para 214 mil entre o segundo trimestre de 2024 e o primeiro deste ano, despencando para 180 mil no trimestre encerrado em junho, correspondendo a um tombo de 15,8% frente aos três meses imediatamente anteriores e ainda 14,5% inferior ao total registrado um ano antes.
O número de trabalhadores com alguma ocupação chegou a 3,892 milhões no segundo trimestre deste ano, variando 1,9% em relação ao trimestre anterior, quando a pesquisa havia identificado 3,818 milhões de ocupados. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi praticamente igual, já que havia 3,819 milhões de trabalhadores ocupados. Em 12 meses, portanto, foram gerados mais 72 mil empregos, mantendo a tendência de melhora, mesmo com desaceleração.
Empregos formais ganham destaque
Uma das novidades nas duas edições da pesquisa trimestral já divulgadas neste ano continua sendo o crescimento da “formalização”, indicando que o mercado de trabalho entrou em uma nova fase, já que o crescimento da ocupação na saída da pandemia vinha sendo predominantemente determinado pelo aumento da informalidade.
O número de trabalhadores sem registro em carteira ou CNPJ, ou ainda ocupados em atividades auxiliares para as famílias, manteve-se estável em 1,347 milhão no segundo trimestre de 2024 e nos primeiros três meses deste ano, mas aumentou 1,2% no segundo trimestre deste ano, para 1,363 milhão — apenas 16 mil a mais, ou pouco mais de um quinto das novas ocupações geradas pela economia goiana em 12 meses. Os empregos formais, por outro lado, cresceram mais vigorosamente, reforçando o bom desempenho do mercado de trabalho como um todo.
Balanço por setores e formalização
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Os ocupados com acesso a direitos e à Previdência subiram de 2,340 milhões no trimestre encerrado em junho de 2024 para 2,407 milhões no segundo trimestre deste ano, significando elevação de 2,1% frente ao trimestre inicial e de 2,9% na comparação anual. Na primeira análise, a maior formalização contribuiu com 67,1% para o aumento das ocupações; na comparação anual, aproximou-se de 93,1%.
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A estimativa da ocupação formal exclui do total de ocupados os informais estimados pelo IBGE e os trabalhadores sem carteira no setor público. Vale destacar que o setor público respondeu por 45,8% dos novos empregos criados entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período deste ano, com o número de servidores avançando de 437 mil para 470 mil, numa elevação de 7,6% (33 mil vagas preenchidas).
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Setores de atividade que demandam maior qualificação passaram a ter papel relevante na ocupação estadual, incluindo indústria de transformação, informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, além de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais.
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Esses setores, que haviam empregado 1,442 milhão de trabalhadores no segundo trimestre do ano passado (37,8% do total de ocupados), passaram a empregar 1,541 milhão no segundo trimestre deste ano (39,6% do total). Entre os dois primeiros trimestres deste ano, foram contratados 33 mil trabalhadores a mais, correspondendo a 41% do total de novas ocupações. Em 12 meses, esses setores ampliaram os quadros com 99 mil novos trabalhadores, enquanto o restante da economia demitiu cerca de 27 mil.
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A indústria de transformação, depois de longo período de perda de participação, elevou o número de empregados de 357 mil para 416 mil, alta de 16,5% — significando 59 mil empregos a mais, quase 82% do total das 72 mil vagas criadas na economia goiana no período. A participação do setor na ocupação total saiu de 9,35% para 10,69%.
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Em relação à informalidade, embora o total de trabalhadores sem carteira no setor privado e nos serviços domésticos tenha registrado redução, o número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ subiu de 536 mil no segundo trimestre de 2024 para 597 mil neste ano, alta de 11,5% (62 mil a mais), representando quase nove entre cada 10 novas ocupações surgidas naquele intervalo.
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