Coluna

Desgastes dos prefeitos pós-pandemia não ajudam Caiado

Publicado por: Redação | Postado em: 29 de junho de 2022

Não é novidade dizer que os prefeitos goianos, de um modo geral, mas principalmente os 77 reeleitos em 2020 não estão nos melhores mundos em termos de popularidade. Disputaram o segundo mandato carregando o fardo do desgaste de ações que, em muitos casos, contrariaram a população. Os 169 eleitos para o primeiro mandato, também sofrem pela falta de investimentos para cumprirem as promessas de campanha. Este é o desafio que terão pela frente quando tiverem que bater à porta do eleitor e pedir votos para a reeleição de Ronaldo Caiado (UB). Sem muitos investimentos nos municípios, Caiado só pode contar com a rede de proteção social como ‘cartão de visita’ e o humor dos cidadãos com o governo. Ter mais de uma centena de apoios declarados dos gestores municipais não significa votos. O ex-governador José Eliton — à época no PSDB — também contava com um palanque recheado de apoiadores oficiais, mas não se reelegeu. Por enquanto, a população ainda não se ligou ao debate político e deve se manifestar só depois dos programas de televisão e rádio.

Virou manchete

Nada como ano eleitoral quando os políticos se curvam às bondades. Goiás e São Paulo, estados que os governadores disputam a reeleição decidiram antecipar a redução da alíquota dos combustíveis e do gás de cozinha. Rendeu manchete e dividendos políticos, mas nem todos aplaudiram. Pelo contrário, alguns viram a ação como eleitoreira.

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Só agora?

Em vídeo que circula nas redes sociais, o governador Ronaldo Caiado (UB) afirma que a alíquota do óleo diesel passa a ser 14%, gasolina e etanol 17%. “Eu que estou dando”, passando recado que não tem nada a ver com Jair Bolsonaro (PL). No entanto, as críticas da população vem logo nos comentários: “Por que não fez antes? Só agora que disputa a reeleição?”

Mostrou força…

O tom ameaçador do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) na convocação dos auxiliares de primeiro e segundo escalão da prefeitura para reunião no diretório estadual do União Brasil surtiu efeito. Lotou o recinto e Cruz mostrou que tem força.

… mas não poder

Muitos dos presentes ficaram calados e sem muito entusiasmo nos apupos ao governador, demostrando que Rogério Cruz manda, mas não significa que tem poder para forçar todos a trabalharem para a reeleição de Caiado. Entre os presentes, detentores de cargos comissionados, alguns continuam apoiando Gustavo Mendanha (Patriota) ‘por baixo dos panos’.

Candidatíssimo

Se alguém ainda tinha dúvida de que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) seria candidato ao Governo de Goiás, não tem mais. Desde a semana passada até agora, sua agenda de reuniões com lideranças no interior e em seu escritório no Setor Sul tem sido intensa. “Tenho viajado muito pelo interior. Estive ontem (27) em Rio Verde e agora (28), na estrada para reunião em Rialma”, contou em breve contato com a Xadrez.

Aliás

Pelo tom ácido nas críticas à gestão de Ronaldo Caiado, lideranças políticas e formadores de opinião dão como certa a polarização entre Marconi e Caiado a exemplo de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Curta

O ministro da Economia, Paulo Guedes ressuscitou um assunto que durante a CPI da Pandemia era farto sobre recursos do Governo Federal aos Estados e municípios. Guedes disse em um evento de telecomunicações que “se tiver que fazer CPI — se referindo a que pode investigar o MEC — tem que ser sobre isso. Choveu dinheiro!”. Até hoje tem inquéritos na Polícia Federal que procura desvios de recursos para a saúde durante a pandemia.