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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Desmatamento avança em ritmo 29% mais lento em áreas de Cerrado

Mês a mês, o ritmo do desmatamento em áreas de Cerrado tem registrado queda ao longo da primeira metade deste ano, com exceção de janeiro, quando ainda se registrou maior derrubada de vegetação nativa do que no ano anterior, segundo acompanhamento realizado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), desenvolvido pelo Instituto […]

Desmatamento

Mês a mês, o ritmo do desmatamento em áreas de Cerrado tem registrado queda ao longo da primeira metade deste ano, com exceção de janeiro, quando ainda se registrou maior derrubada de vegetação nativa do que no ano anterior, segundo acompanhamento realizado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

No fechamento do semestre, o sistema identificou o desmatamento de 347,0 mil hectares na região, o que correspondeu a uma redução de 29% na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. A queda foi mais intensa em Goiás, considerando todos os demais Estados cobertos por aquele tipo de vegetação, com perda de 15,0 mil hectares na primeira metade do ano, num tombo do 59% em relação a igual período de 2023.

Ainda que a taxa de desmatamento tenha registrado baixa nos meses iniciais deste ano, ressalva Fernanda Ribeiro, pesquisadora do Ipam, “os números continuam altos, principalmente na região do Matopiba”, fronteira agrícola que cobre o oeste baiano, o sul do Piauí e ainda porções do Maranhão e de Tocantins. Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam um crescimento de quase 35% na área plantada naquela região nas últimas 10 safras, considerando apenas o plantio de grãos, saindo de 7,373 milhões para 9,948 milhões de hectares (ou seja, em torno de 2,575 milhões a mais).

O cultivo de grãos em todo o País passou a ocupar ao redor de 79,754 milhões de hectares na safra 2023/24, o que correspondeu a um acréscimo de 22,694 milhões naquele mesmo período, numa variação de quase 40,0% em uma década. Embora responda por 12,5% da área total plantada, o Matopiba contribuiu com 11,35% no crescimento acumulado desde o ciclo 2013/14. Praticamente 59% do aumento na área total, de toda forma, veio das lavouras implantadas no Centro-Oeste, com destaque para soja, milho e algodão.

Na região, onde predomina a vegetação típica de Cerrado, a área avançou de alguma coisa abaixo de 22,070 milhões para pouco mais de 35,388 milhões de hectares, num salto de 60,35%, significando o cultivo de 13,319 milhões de hectares adicionais naqueles 10 anos. Dois terços do crescimento da área no Centro-Oeste foram de responsabilidade de Mato Grosso, com parte do Estado ocupando áreas dentro da Amazônia Legal. Parte dos novos plantios ocorreu em áreas anteriormente destinadas a pastagens, como sugerem alguns institutos. Outra parte resultou da derrubada considerada legal da vegetação original, mas sempre com consequências sobre emissões, correspondendo, além de tudo e de toda forma, a uma redução da cobertura original e à perda de biodiversidade.

Outra parte ocorreu de forma irregular, em afronta à legislação e especialmente ao Código Florestal, em terrenos perfeitamente identificáveis, dados os recursos hoje disponíveis, caso houvesse real interesse das autoridades estaduais em combater a ilegalidade.

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