Direita afunila com Caiado e Tarcísio, demais vão ao Senado
O lançamento do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao posto que foi do pai provou duas teses: 1ª) da família, apenas Jair agrega; 2ª) o Centrão e a Faria Lima, a via paulistana dos bilionários, se uniriam em torno de apenas um nome, Tarcísio de Freitas, de São Paulo, o único da meia dúzia de governadores da direita pré-candidatos à cadeira de Luiz Inácio Lula da Silva que ainda pode se reeleger.
Ronaldo Caiado (União Brasil de Goiás), Romeu Zema (Novo de Minas Gerais), Ratinho Jr. (PSD do Paraná) e Eduardo Leite (PSD do Rio Grande do Sul), além do provável vice Cláudio Castro (PL do Rio de Janeiro), dos cargos majoritários, só podem disputar o Senado ou a Presidência da República. Como essa corrida já tem mais de ano e para a votação não faltam nem dez meses, alguns já desistiram, ainda que em público pareçam dispostos a mover mundos para realizar o sonho.
Sobreviveram apenas Tarcísio e Caiado, por motivos diferentes. O 1° administra a maior potência econômica e foi ministro de Bolsonaro. O 2° detém o discurso do agro, da segurança pública e da Educação nº 1 no Ideb. Um diz a todos que não quer, o outro fala a todos que não abre mão.
Para Tarcísio sair do muro, basta se filiar ao PL e Bolsonaro mandar da cadeia o recado de que seu candidato é um filho não só de sangue, mas de sangue, suor e serviço. Para Caiado deslanchar de vez, é suficiente visitar as 100 maiores cidades do agro e todas as capitais, antes de renunciar, no fim de março. Assim, Bolsonaro fica com até 12 senadores a mais (todas as vagas dos 6 Estados) e os dois candidatos forçariam o 2° turno.
Os radicais de direita (que querem votar em Jair mesmo ele estando preso) vão fazer como os radicais de esquerda (que estão com Lula): ficar com o candidato possível.