Discórdia no União Brasil fragiliza ministros da sigla

O União Brasil nasceu da fusão do DEM com o PSL, sendo que o primeiro é mais orgânico ideologicamente, quanto às raízes do PSL, é um mix de centro, centro-direita e direita. O diferencial entre um e outro não é só no espectro ideológico. O ‘UB do DEM’ sonha com a Presidência da República desde quando era PFL, e o UB do PSL quer estar próximo do poder. Por isso, a queda de braços não é só pelo apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas serve como justificativa. Para complicar, uma ala quer ejetar da cadeira de presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE). Esse grupo “do contra”, é capitaneado pelo deputado federal e líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA) que tem como aliado, o senador eleito Sérgio Moro (PR). Se continuar essa contenda, acaba sobrando para os dois ministros indicados pela sigla, Juscelino Filho (Comunicações) e Daniela do Waguinho (Turismo). O PT já avisou Bivar que se não tiver os votos em plenário, não tem como manter ministérios para o partido. Mas Bivar repete exaustivamente que o “União Brasil vai estar junto com o PT”. A aliança da direita com o PT está mais para o provérbio popular que adverte: “Em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”.

“Não convoquei reunião”

Circula na mídia, a informação que o UB fará uma reunião no final do mês, próximo à posse da nova legislatura, tendo na pauta qual será a posição do partido em relação ao governo Lula. De acordo com fontes ligadas à sigla, a tendência é ser independente. À Xadrez, Luciano Bivar foi assertivo: “Não convoquei nenhuma reunião e por conseguinte, este é um assunto que somente será tratado após a posse dos novos parlamentares”. Finaliza repetindo o que tem dito em entrevistas: “O União Brasil não será oposição ao governo [Lula]”.

Caiado atento

Mesmo em repouso devido a cirurgia, o governador Ronaldo Caiado, uma das vozes mais influentes no UB, acompanha atentamente o embate da sigla no Congresso.

Calil independente

Na mesma linha do grupo que prega a independência nas votações das pautas do governo Lula na Câmara, caminha o deputado federal, Zacarias Calil (UB). Em recente conversa com o jornal O Hoje, Calil disse que bem antes deste movimento, havia comunicado ao presidente Bivar que tem posições claras contra o PT.

Passos de Daniel

Nesta quinta-feira (5), o vice-governador Daniel Vilela (MDB) cumpriu agenda em Brasília representando Ronaldo Caiado (UB) na posse de Simone Tebet (MDB). Daniel aproveitou para estreitar conversas com personagens do novo governo, não só do Ministério do Planejamento, comandado por Simone Tebet (MDB-MS), da qual é amigo, mas em áreas onde Goiás tem interesse.

Protagonista

A leitura que os agentes políticos têm feito, é que Daniel terá um protagonismo na interlocução entre Caiado e lideranças aliadas, principalmente prefeitos.

Olho nos cargos

Por falar em aliados, tem gente roendo as unhas para que Ronaldo Caiado volte aos despachos administrativos logo. Mesmo sabendo que não haverá muitas mudanças no primeiro escalão do governo, tem gente de olho nos cargos secundários. A conferir.