Eleição de 2020 deve redefinir forças políticas na Capital

Publicado por: Venceslau Pimentel | Postado em: 01 de julho de 2019

Acompanhando tendência nacional, a eleição de 2020 em Goiânia deve desenhar um novo formato político na Capital. O primeiro ponto a ser levado em conta é a decisão do prefeito Iris Rezende (MDB) em concorrer ou não à reeleição. A avaliação é que Iris agrega grandes grupos em torno de sua candidatura e que, fora do jogo, algumas forças políticas podem pleitear a cadeira do Executivo municipal. Diminuído, o PSDB busca se reposicionar. Já os partidos menores, que sempre figuraram em torno do Governo, podem alçar voos maiores neste importante momento de transição política. Outra avaliação a se fazer é que em Goiânia, são eleitos nomes de oposição ao Governo. Iris é governista e, neste caso, apesar dos bons resultados financeiros da administração e do pacote de obras recém-lançado, o prefeito poderia ser vencido nas urnas por candidato mais crítico ao gestor do Palácio das Esmeraldas. 

Derrotado nas eleições estaduais de 2018, o PSDB já avisou que pretende apresentar candidato próprio por todo o estado. A Capital, que não elege um tucano há mais de 20 anos, é uma das oportunidades para o partido começar a se reerguer. O último prefeito da sigla foi Nion Albernaz, eleito dois anos antes de Marconi Perillo alcançar sua primeira vitória ao Governo do Estado. Presidente do diretório estadual da legenda, Jânio Darrot disse ao O Hoje que o nome do ex-governador Marconi Perillo não estaria descartado para Goiânia. “Temos grandes nomes para a disputa do Governo de Goiás, inclusive o ex-governador Marconi Perillo, que pode voltar. Mas se o partido precisar, eu me coloco como candidato”, declarou. De olho no cargo também estão o deputado estadual Talles Barreto e o vereador Anselmo Pereira, além da vereadora Dra. Cristina – que pode deixar o partido para viabilizar a candidatura.

Por outro lado, as últimas eleições ampliaram a representatividade de partidos, até então, nanicos. O Pros saltou de um para três deputados estaduais após as eleições do ano passado. Na Câmara dos Vereadores também possui três representantes, incluindo o presidente da Casa, Romário Policarpo. O partido também ajudou a eleger o governador Ronaldo Caiado (Democratas), com Lincoln Tejota no cargo de vice-governador. Romário considera concorrer à prefeitura de Goiânia pelo partido que, se ocorrer, deve se apresentar como um frescor para a gestão do município.

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Mais articulada do que nunca, a bancada cristã obteve bons resultados no pleito do ano passado em Goiás e em todo o Brasil. Tanto que Henrique Cesar, do Partido Social Cristão (PSC) foi o deputado mais votado do estado, com 46.545 votos. Ele é cooperador da Assembleia de Deus, ministério Campinas. Na Câmara, o PSC possui a vereadora Leia Klebia como representante. A renovação parlamentar de 2018 também trouxe um novo partido para a Casa, a Democracia Cristã (DC), que emplacou dois deputados, Zé Carapô e Rafael Gouveia. O DC também possui dois vereadores eleitos, Jair Diamantino e Kleybe Morais.

Com militância organizada, o PT deverá lançar candidato próprio. Em 2012, o então prefeito Paulo Garcia foi reeleito no primeiro turno com vitória folgada contra Jovair Arantes (PTB), que contava com o apoio do governador Marconi Perillo. Garcia foi considerado um gestor impopular e em agosto de 2014, o Instituto Serpes mostrou reprovação da administração por 55,1% dos eleitores. Iris, que bancou Paulo e fez campanha pelo petista, não saiu em sua defesa e atualmente repete ter herdado rombo financeiro de R$ 600 milhões e déficit mensal de R$ 31 milhões. Apesar dos desgastes envolvendo o partido, o PT possui historicamente de 10% a 15% dos votos goianienses.

Em outra linha, o deputado federal Elias Vaz é considerado o candidato natural do PSB, que tem hoje como presidente da Assembleia Legislativa o deputado Lissauer Vieira. Sua campanha também conta com apoio do senador Jorge Kajuru, além da possibilidade de Dra. Cristina se filiar ao partido e engrossar a campanha.

O também deputado federal Francisco Jr., que já concorreu à prefeitura da Capital, também pretende protagonizar a disputa do ano que vem pelo PSD, enquanto que partidos de projeção nacional como o PSL de Jair Bolsonaro e o PRTB do vice-presidente Hamilton Mourão podem lançar nomes próprios na Capital.

Por tudo isso, a organização das chapas e a campanha do ano que vem vai redesenhar as forças políticas em Goiânia e, consequentemente, estabelecer um novo modelo de gestão.