Em baixa, indústria goiana acumula perdas de 10,3% desde dezembro
A indústria goiana havia alcançado seu melhor momento na série histórica em dezembro, mas não conseguiu sustentar o mesmo ritmo
A indústria goiana havia alcançado seu melhor momento na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro passado, mas não conseguiu sustentar o mesmo ritmo nos meses seguintes. Os dados dessazonalizados, que excluem fatores e eventos que sempre ocorrem em iguais períodos ano após ano, mostram um comportamento titubeante da produção industrial no Estado entre janeiro e agosto, dado mais recente divulgado pelo instituto. Nesse tipo de comparação, que toma como base o mês imediatamente anterior, o setor chegou a anotar resultados positivos apenas em maio e julho, com elevações respectivamente de 0,9% e de 0,8%.
Houve perdas em todos os outros seis meses, com redução de 4,0% em junho, a mais intensa do período, e recuo de 0,4% em agosto, na edição mais recente da pesquisa mensal sobre a produção industrial regional, o que significou devolver praticamente metade do crescimento de 0,8% anotado em julho. Como resultado, o volume produzido pelo setor industrial goiano em agosto deste ano encolheu 10,3% em relação a dezembro do ano passado.
A comparação com idêntico período do ano passado chegou a mostrar forte incremento nos meses de janeiro a maio, com saltos, num exemplo, de 12,8% e de 13,1% em janeiro e fevereiro frente aos mesmos dois meses de 2023. A produção ainda cresceria 6,5% em março, acelerando seu ritmo em abril, quando avançou 10,7% sobre abril do ano passado, e atingindo variação de 8,1% em maio. Até ali, a indústria goiana contabilizava 13 meses consecutivos de números positivos em relação aos mesmos meses do ano imediatamente anterior. O ciclo parece ter sido interrompido e desde junho os números passaram a ser negativos, com queda de 1,5% em junho, recuo de 0,8% em julho e um tombo de 2,8% em agosto.
Perda de vigor
O crescimento acumulado no ano, que havia atingido 7,5% ao final do primeiro semestre, havia se limitado a 6,0% até julho e, agora em agosto, desacelerou para uma taxa próxima de 4,5%. A mesma tendência surge na comparação acumulada em 12 meses. Entre julho de 2023 e junho deste ano, a produção da indústria goiana apontava um salto de 9,3%. No período entre setembro do ano passado e agosto deste ano, comparado aos 12 meses imediatamente anteriores, a velocidade de crescimento da indústria foi reduzida para 7,6%. De toda forma, trata-se de uma taxa ainda superior ao avanço de 6,0% registrado ao longo dos 12 meses do ano passado. O desempenho mais recente, no entanto, considerando a evolução mês a mês (ou “na ponta”, para recorrer a um jargão do setor econômico) aponta nítida perda de fôlego da produção, com perdas em agosto para as indústrias de alimentos, bebidas, vestuário, produtos químicos e metalurgia, sugerindo a possibilidade de números menos favoráveis no restante do segundo semestre.