Empregos, rendimentos e massa salarial atingem recorde em Goiás
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua vieram positivos também para Goiás no segundo trimestre deste ano
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vieram positivos também para Goiás no segundo trimestre deste ano, apresentando níveis recordes para o número total de ocupados e para o nível de ocupação (percentual da população em idade ativa com algum tipo de emprego), assim como para o rendimento médio real e para a massa de rendimentos dos trabalhadores goianos. Num resumo bem geral, o mercado de trabalho mostrou-se vigoroso no período, com avanço da formalização dos ocupados e consequente redução da informalidade. A nota menos positiva veio do crescimento do total de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e do avanço das ocupações que demandam menor qualificação profissional.
Começando pelo começo, a melhoria registrada na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano pode ser parcialmente explicada por um recuo de 0,7% na população total com 14 anos ou mais de idade, que saiu de 6,057 milhões para 6,017 milhões (40,0 mil a menos). Não fosse essa ligeira redução, o número de desocupados teria sido praticamente 18,5% mais alto do que aquele efetivamente verificado pela pesquisa, resultando numa taxa de desemprego igualmente mais elevada, mais próxima de 6,1%.
A força de trabalho praticamente não anotou variação no período, flutuando de 4,077 milhões para 4,083 milhões, impulsionada principalmente pelo retorno de 46,0 mil trabalhadores antes posicionados fora da força de trabalhadores por terem desistido de buscar uma colocação. Este contingente recuou de 1,980 milhão para 1,935 milhão – numa redução de 2,3%. Para reforçar, a pressão sobre o mercado apenas não foi maior do que a capacidade de geração de empregos por conta da discreta redução no total de pessoas em idade ativa.
Desemprego em baixa
Entre os dois trimestres, a economia goiana abriu mais 43,0 mil vagas, elevando o total de ocupados de 3,829 milhões para 3,872 milhões (a maior desde que a nova série da PNADC foi iniciada, em 2012), o que representou variação de 1,1%. O recorde aqui parece mais efetivo do que na média de todo o País, já que o nível de ocupação (relação entre o total de ocupados e a população em idade ativa) foi também o mais elevado na série histórica (o que não tem ocorrido quando se considera a média de todo o País) e atingiu 64,35% diante de 63,21% no primeiro trimestre. Isso permitiu reduzir o número de desempregados de 248,0 mil para 211,0 mil, o mais baixo desde o quarto trimestre de 2014, quando a pesquisa havia identificado perto de 177,0 mil desempregados no Estado.
Balanço
-Na mesma linha, a taxa de desemprego baixou de 6,1% para 5,2% na saída do primeiro para o segundo trimestre deste ano, a mais baixa desde o quarto trimestre de 2014, quando a desocupação havia sido também de 5,2%. No mesmo trimestre de 2023, o percentual de desocupados havia alcançado 6,2% (praticamente a mesma taxa registrada no começo deste ano, como se pode observar).
-O rendimento real foi da mesma forma o mais elevado da série, favorecido pelo bom comportamento da inflação até ali, e registrou variação de 1,5% entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, saindo de R$ 3.161 para R$ 3.207. Na mesma comparação, o rendimento médio nacional avançou ligeiramente mais, subindo 1,8%, levando a um descasamento mais acentuado em relação à média de rendimentos do trabalho em Goiás.
-Até ali, o rendimento médio dos trabalhadores goianos havia sido discretamente mais elevado, numa diferença a mais de apenas três reais (quer dizer, 0,09% a mais). No fechamento do segundo trimestre, a relação inverteu-se e o rendimento médio em Goiás ficou sete reais abaixo da média (uma diferença negativa de apenas 0,22%).
-A massa de rendimentos reais cresceu 2,6% entre os mesmos dois trimestres, resultado da combinação de ganhos salariais e elevação das ocupações. Em valores reais, atualizados até junho deste ano, a massa salarial saiu de R$ 12,004 bilhões para R$ 12,313 bilhões, trazendo um ganho adicional de R$ 309,0 milhões para as famílias de trabalhadores. O dado marcou novo recorde para a massa de rendimentos, o que tenderá a influenciar positivamente nas decisões de consumo das famílias.
-O total de trabalhadores na informalidade voltou a cair no segundo trimestre, saindo de 1,374 milhão no primeiro trimestre para 1,361 milhão, num recuo inferior a 1,0% e 13,0 mil informais a menos. Em contraposição, os trabalhadores “formais”, excluindo os empregos no setor público sem carteira (dado não considerado pelo IBGE ao estimar as estatísticas de informalidade), registraram elevação de 2,3% de um trimestre para o outro, passando de 2,326 milhões para 2,379 milhões (53,0 mil a mais, mais do que compensando a redução das ocupações informais).
-Serviços menos qualificados, comércio, construção e agropecuária, em conjunto, registraram incremento de 2,5% no total de ocupações geradas, avançando de 2,298 milhões para 2,356 milhões (58,0 mil a mais, o que significa dizer que os demais segmentos reduziram o número de ocupados em praticamente 15,0 mil). Na mesma comparação, os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas aumentaram 6,9% no período, de 136,0 mil para 145,0 mil (9,0 mil a mais, respondendo por um quinto do aumento total das ocupações).
-Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o número de ocupados cresceu 2,9% com a geração de 108,0 mil vagas a mais, enquanto o total de desocupados caiu 14,6% (36,0 mil a menos do que os 247,0 mil desempregados no segundo trimestre de 2023). As ocupações formais responderam por 61,44% dos empregos no segundo trimestre deste ano, frente a 59,05% no ano passado, crescendo 7,1% no período com a abertura de 157,0 mil ocupações, o que mais do que compensou a redução de 45,0 mil vagas no segmento informal (numa redução de 3,20%). O número de subocupados, no entanto, respondeu por 35,2% do aumento no total das ocupações, com 38,0 mil trabalhadores a mais nessa condição (saindo de 108,0 mil para aqueles 145,0 mil).
-Em 12 meses, o rendimento médio real cresceu 4,6% e a massa de rendimentos aumentou 7,7%, significando uma renda adicional de R$ 876,0 milhões, considerando a massa salarial próxima de R$ 11,427 bilhões no segundo trimestre do ano passado. Naquele trimestre, havia sido anotado um salto de 16,5% para a massa salarial em 12 meses, num ganho de R$ 1,616 bilhão. O dado sugere certa desaceleração no ritmo de aumento do indicador.