Estado acelera (ainda mais) investimento e “gasta” R$ 733,5 milhões de seu caixa


O governo estadual manteve suas despesas correntes e investimentos em ritmo francamente acelerado no segundo bimestre deste ano, ao mesmo
tempo em que voltou a reforçar as cobranças de mais austeridade endereçadas ao governo federal. O Estado utilizou R$ 733,483 milhões dos
recursos disponíveis em seu caixa nos quatro primeiros meses deste ano e elevou seus investimentos para quase R$ 1,229 bilhão em igual intervalo,
em alta nominal de 79,12% frente aos R$ 686,015 milhões investidos entre janeiro e abril do ano passado, numa variação correspondente a R$ 542,751 milhões.
Praticamente dois terços dessa alta ocorreram apenas no segundo bimestre deste ano, quando o governo estadual destinou R$ 759,778 milhões para
reforçar seu plano de investimentos, que contempla uma dotação próxima de R$ 5,834 bilhões para os 12 meses deste ano – algo como 54% acima
dos valores que haviam sido empenhados na conta de investimentos em 2024, qualquer coisa próxima de R$ 3,789 bilhões. Na comparação com os
R$ 410,511 milhões investidos durante o segundo bimestre do ano passado, o relatório resumido da execução orçamentária aponta um crescimento de
85,08%. No primeiro bimestre, o avanço, igualmente vigoroso, havia sido de 70,23%.
Num resultado dessa mobilização mais intensa dos recursos fiscais, a posição do caixa estadual baixou 3,24% entre fevereiro e abril deste ano, com os recursos disponíveis caindo de R$ 17,091 bilhões para R$ 16,537 bilhões, uma “reserva” ainda muito expressiva, mas que sofreu redução equivalente a R$ 554,599 milhões (praticamente 75,61% da redução ocorrida nessa conta ao longo dos quatro meses iniciais deste ano).
Influenciada diretamente pela redução do estoque de recursos em caixa, a dívida líquida anotou variação de 4,83% na passagem de fevereiro para abril, flutuando de R$ 10,929 bilhões para R$ 11,458 bilhões em números aproximados, num acréscimo de R$ 528,151 milhões. A variação reflete
ainda a estabilização virtual da dívida consolidada bruta, que havia se fixado em R$ 28,021 bilhões e fevereiro e recuou modestamente para R$
27,995 bilhões em abril deste ano – redução equivalente a apenas R$ 25,779 milhões (ou 0,09% a menos).
Mais gastos
As despesas primárias, excluídos os gastos com juros e amortizações, continuaram avançando em um rimo muito mais acelerado do que aquele
observado para as receitas primárias, o que contribuiu para ampliar o déficit estadual, produzindo ainda queda na poupança corrente e no caixa
disponível. Considerando os números do bimestre março e abril, a receita primária apresentou variação de 9,65% em termos nominais diante dos
mesmos dois meses do ano passado, saindo de R$ 6,604 bilhões para aproximadamente R$ 7,242 bilhões, representando um ganho de R$ 637,486 milhões.